quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Neste Natal, dê um livro!

Nada melhor do que um livro para formar um bereano. Eu acredito imensamente no poder que um livro têm para transformar vidas, por isso eu sempre peço e dou livros de presente, e ainda mais nós como cristãos, devemos sempre estar na vanguarda do pensamento intelectual da sociedade. Faça algo, dê um livro!
Muitas livrarias online façam promoções imperdiveis, nesse mês eu comprei Correntes Cruzadas de Colin Russell e A Biblioteca de C.S.Lewis de James Stuar Bell, ambos com 62% de desconto na livraria Erdos www.erdos.com.br , além desses que eu citei, a erdos têm dezenas de outros titulos excelentes com grandes descontos, vale a pena!

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Eu li Encontrando Deus nas Dificuldades da Vida - Bill Hybels...

Encontrando Deus nas Dificuldades da Vida - Bill Hybels

É um daqueles livrinhos oriundos de pregações, pequeno e de poucas páginas que se lê em meia hora. É um livro simples, mas não fala nada de novo, bom para ler no ônibus ou em fila de banco.

sábado, 8 de dezembro de 2007

Eu li As Confissões de Sto.Agostinho



"Escritas dez anos após sua conversão (397-400), as Confissões são, ainda hoje, modelo de narração autobiográfica. Escritura serrada, densa, nutrida de citações meditadas das Escrituras e de reflexões filosóficas, são um grande espelho da alma inquieta e perturbadora de Agostinho. Revelam uma vontade intensa de encontrar a verdade definitiva, absoluta, que satisfaça sua imensa sede de saber, de crer, de ser perdoado. Livro único, as Confissões revelam os dotes, o impulso da vida, a sensibilidade aos problemas da existência humana. Referem à vida humana como exemplo do que é para o ser humano a procura de Deus. O título, Confissões, indica o propósito da obra. A palavra significa simultaneamente confissão dos erros, das falhas, dos pecados e louvor a Deus. O próprio Agostinho, nas Retractationes II, 6, referindo-se a esta obra revela: `Os treze livros das minhas Confissões louvam o Deus justo e bom por meus males e bens, e elevam até ele a mente e o coração dos homens; senti esse efeito enquanto as escrevia, e torno a senti-lo cada vez que as leio`. As Confissões estimulam o espírito e o coração do homem para Deus."

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Quem que financia essa m...?

Esse é o melhor trecho do filme "Tropa de Elite", todo o país deveria refletir sobre esse trecho.
Comentem!

É Proibido Pensar - João Alexandre

E ae o que acham?

Acho que o vídeo é válido, porém, temos que ter mais cuidado ao criticar outros irmãos por causa de um equivoco ou outro, não sei o que se passa no coração dos nossos lideres evangélicos, muitos são corruptos, outros, apesar de enganados são sinceros e têm como objetivo maior cumprir a vontade de Deus, muitas vezes têm um coração muito mais voltado para Deus do que àqueles que os criticam. Devemos ter muito cuidado em não ter um posicionamento farisaico esquecendo que nós não somos donos da verdade, e se estivessemos em posição de destaque, outros erros nossos, talvez piores, também viriam a tona e por isso seriamos execrados.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Bono Vox no Leadership Summit 2006

Esse é um trecho da excelente participação do Bono Vox, vocalista do U2, no Leadership Summit 2006. Eu tive a oportunidade de estar presente, e digo que a entrevista de Bono foi um dos ápices do Summit. Lembro-me que após a apresentação da entrevista, o mediador comentou sobre um fato ocorrido entre dois pastores do Canadá durante a exibição do Summit. Um pastor ao ser indagado, por um amigo, também pastor, sobre o que ele havia achado da entrevista do Bono, respondeu: "Cara, antes de assistir a entrevista eu tinha dúvidas se o Bono era cristão, agora, eu tenho dúvidas se eu sou cristão."

A entrevista completa, em inglês está dividida em oito partes:

Parte 1:
http://www.youtube.com/watch?v=ilSef9kJapo


Parte 2:
http://www.youtube.com/watch?v=UvthfJVlnH8

Parte 3:
http://www.youtube.com/watch?v=FO1EbQQmO08

Parte 4:
http://www.youtube.com/watch?v=CHm_NBstdzE

Parte 5:
http://www.youtube.com/watch?v=z_AEHe_RE5w

Parte 6:
http://www.youtube.com/watch?v=RsmY83W3lBI

Parte 7:
http://www.youtube.com/watch?v=-O3fm33u1AI

Parte 8:
http://www.youtube.com/watch?v=Gy3YeNTMXaQ


sábado, 1 de dezembro de 2007

Reflexões sobre o tempo


Eu cresci e mudei desde minha conversão há cinco anos atrás. Não sou velho nem pretendo parecer sê-lo. Mas a verdade é que dos 16 aos 21 muita coisa muda, diferente de 46 a 51 (penso eu!). Como é de se esperar, nessa fase nos tornamos adultos (com tristeza). E nós abandonamos as coisas de meninos. Tudo muda, e nosso relacionamento com a Igreja também. Nós mudamos, logo, o que esperamos de uma igreja também muda, portanto não podemos exigir que o grupo ao qual pertencíamos na igreja também mude para agradar a nossa velhice. Essa fase de transição é de grande importância para nossa saúde espiritual. Se nós mudamos, cabe a nós, não ao grupo ao qual pertencíamos, mudar. Eu escrevo isso porque atravesso essa fase. No inicio, o grupo jovem do qual eu fazia parte na igreja era maravilhoso para mim. Pura alegria e graça. Quando eu cresci, aquele grupo parou de me satisfazer. Inevitavelmente, por não mais me sentir parte de uma comunidade, eu não tive mais a alegria de antes com a igreja, é claro que existem outros fatores nesse processo de frustração. Mas esse, penso, é o principal. Mas chorar o leite derramado não resolve nada. Durante esse tempo de desilusão eu me preocupei mais em criticar e me revoltar com a igreja, tentando ter a mesma igreja de antes, sendo que quem (mais) mudou foi eu, logo, cabe a mim me recolocar e parar de tentar mudar a igreja. Eu escrevo isso sentado em um banco de igreja frustrado com o louvor agitado que já não me atrai mais, mas agora, pelo menos passo a me alegrar com a alegria dos outros jovens, os quais louvam a Deus de todo o coração de uma forma diferente da minha. Como nossas igrejas farão a transição dos jovens à fase adulta? Essa é uma questão que devemos refletir, para a saúde das almas de nossas igrejas.

Vitor Pereira 01/12/2007

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Dawkins, Uma Confusão - Alvin Plantinga

Tradução do texto The Dawkins Confusion do filósofo Alvin Plantinga. Plantinga é professor de filosofia da Universidade de Notre Dame, E.U.A. E um dos mais renomados filósofos cristãos da atualidade.

Dawkins, Uma Confusão
Naturalismo ad absurdum
Por Alvin Plantinga

Tradução: Vitor Grando
vitor.grnd@gmail.com
DespertaiBereanos.blogspot.com


Richard Dawkins não está satisfeito com Deus:

“O Deus do Antigo Testamento é sem dúvidas o personagem mais desagradável de toda ficção. Ciumento e orgulhoso; mesquinho, injusto, maníaco controlador implacável, vingativo, sedento de sangue, misógeno, homofóbico, racista, infanticida, genocida, filicida, pestilento, megalomaníaco...”

Bem, não é necessário terminar a citação; deu pra entender a idéia. Dawkins parece ter escolhido Deus como seu arqui-inimigo. (Vamos esperar, para o bem de Dawkins, que Deus não retribua na mesma moeda.)

Deus, Um Delírio é um extenso discurso contra a religião em geral e a crença em Deus em particular; Dawkins e Daniel Dennet (Quebrando o Encanto é sua contribuição para esse gênero) são a dupla de ataque do ateísmo acadêmico¹. Dawkins escreveu seu livro, ele diz, para encorajar ateus tímidos a saírem do armário. Ele e Dennet parecem acreditar que é necessária uma boa dose de coragem para atacar a religião nos dias de hoje; Dennet diz, “Eu ponho minha cara a tapa, mas ainda assim eu persisto.” Aparentemente o ateísmo tem seus próprios heróis da fé – seus auto-intitulados heróis. Nesse ponto não é fácil levá-los a sério; atacar a religião no ocidente é tão perigoso quanto apoiar o candidato da festa num encontro republicano.

Dawkins é talvez o escritor de ciências mais popular do mundo; é também um escritor de ciências muito talentoso. Deus, Um Delírio, entretanto, contém pouca ciência; é em grande parte filosofia e teologia (talvez “ateologia” seria um termo mais apropriado) e psicologia evolucionista, junto com seus comentários sociais denegrindo a religião e seus efeitos maléficos. Como a citação acima sugere, não devemos esperar do livro um comentário cuidadoso e minucioso. De fato, o nível de insulto, ridicularização e zombaria é gritante. Se Dawkins se cansar do seu trabalho cotidiano, um futuro promissor como comentarista político o aguarda.

Agora apesar do fato de seu livro ser em grande parte filosófico, Dawkins não é um filósofo (ele é biólogo). Mesmo assim, entretanto, muito da filosofia que ele propaga é simplória. Poderíamos dizer que suas “filosofadas” estão, no máximo, no nível de um estudante de primeiro período, mas isso seria injusto com os estudantes; a verdade é que muito de seus argumentos seriam reprovados numa aula de filosofia qualquer. Isso, combinado com o tom arrogante e “mais-inteligente-que-você” do livro, é irritante. Eu tento colocar a irritação de lado, e fazer o meu melhor para levar o principal argumento de Dawkins a sério.

O Capítulo 3. “Por que quase com certeza Deus não existe,” é o centro do livro. Bem, porque Dawkins acha que é quase certo que não haja um um Deus? Segundo ele, é porque a existência de Deus é extremamente improvável. Quão improvável? O astrônomo Fred Hoyle disse que a probabilidade da vida surgir na terra (de forma natural e sem intervenção de nenhuma inteligência) é menos provável que um furacão em um ferro velho produza um Boeing 747 pronto para cruzar os ares. Dawkins parece acreditar que a probabilidade da existência de Deus está nessa mesma esfera – tão pequena que deve ser considerada impossível. Porque ele acha isso?

Aqui Dawkins não apela para os argumentos anti-teistas mais comuns – o argumento do problema do mal, ou a alegação de que é impossível existir um ser com os atributos que os crentes atribuem a Deus². Então porque ele acredita que o teísmo é altamente improvável? A resposta: se houvesse um Deus, ele teria que ser extremamente complexo, e quanto mais complexo algo é, menos provável é: “Não importa quão improvável seja a entidade que você tenta explicar invocando um projetista, o projetista tem que ser no mínimo tão improvável quanto. Deus é o mais complexo dos Boeings 747”. A idéia básica é que qualquer coisa que saiba e faça o que Deus sabe e faz teria que ser incrivelmente complexa. Em particular, qualquer coisa que pode criar ou projetar algo tem que ser no mínimo tão complexo quanto o objeto a ser criado. Em outras palavras, Dawkins diz que um projetista tem que conter no mínimo tanta informação quanto o que há de ser criado ou projetado, e informação é inversamente proporcional a probabilidade. Logo, ele pensa, Deus teria que ser extremamente complexo, astronomicamente improvável; dessa forma é quase certo de que Deus não exista.

Mas porque Dawkins acha que Deus é complexo? E porque ele acha que quanto mais complexo algo é, menos provável é? Antes de examinar melhor suas objeções, eu gostaria de desviar nossa atenção por um momento; essa alegação de improbabilidade pode nos ajudar a entender algo muito confuso sobre o argumento de Dawkins em seu antigo e influente livro, O Relojoeiro Cego. No livro ele argumenta que a teoria cientifica da evolução mostra que nosso mundo não foi projetado – por Deus ou qualquer outra coisa. Esse pensamento é enfatizado pelo subtítulo do livro: Porque a Evidência da Evolução Revela um Universo sem Projeto.


Como? Suponha que a evidência da evolução sugira que todas as criaturas vivas tenham evoluído se um forma elementar de vida: como isso revela que o universo não tenha um projeto? Bem, se o universo não foi projetado, então o processo da evolução não é dirigido, e não orquestrado por um ser inteligente; ou seja, como Dawkins sugere, cego. Então sua alegação é que a evidência da evolução revela que o processo evolutivo não é guiado por um ser inteligente.

Mas como poderia a evidência da evolução revelar algo assim? Depois de tudo, não poderia Deus ter dirigido e observado o processo evolutivo? O que faz Dawkins pensar que a evolução não é dirigida? O que ele faz no “O Relojoeiro Cego”, basicamente, são três coisas. Primeiro, ele conta de forma bem detalhada, alguns dos fascinantes detalhes anatômicos de certas formas de vida e sua complexidade inacreditável; esse é o tipo de coisa na qual Dawkins é especialista. Segundo, ele tenta refutar argumentos que dizem que uma evolução cega e não dirigida não poderia produzir algumas das maravilhas do mundo da vida – o olho, por exemplo, ou a asa. Terceiro, ele sugere como essas coisas e outros sistemas orgânicos poderiam ter se desenvolvido sem direção inteligente.

Suponha que ele esteja certo nessas três coisas: como isso mostraria que o universo não tem um projeto? Seus argumentos detalhados suportam a conclusão de que é biologicamente possível que esses organismos e sistemas tenham evoluído por mecanismos Darwinianos não dirigidos por uma inteligência (e algumas coisas que ele diz sobre isso são bem interessantes). O que é curioso, entretanto, é a forma que parece ser o principal argumento. A premissa que ele utiliza e algo assim:

1. Nós não conhecemos nenhuma objeção irrefutável de que é biologicamente possível que todas as formas de vida tenham se desenvolvido por um processo não dirigido;
e Dawkins apóia essa premissa tentando refutar objeções de que não seria biologicamente possível a vida ter se desenvolvido dessa forma. Sua conclusão, entretanto, é
2. Sua conclusão é que toda a vida se desenvolveu por processos não dirigidos por qualquer inteligência.

Vale a pena refletir, só por um momento, na grande distância entre a premissa e a conclusão. A premissa nos mostra que não existem objeções irrefutáveis para a possibilidade da evolução não dirigida ter produzido todas as maravilhas do mundo da vida; a conclusão é que a evolução não dirigida, de fato, produziu todas as maravilhas da vida. A forma do argumento é algo como

Não conhecemos nenhuma objeções irrefutáveis para a possibilidade de p;
Logo,
P é verdadeiro

Os filósofos às vezes apresentam alguns argumentos inválidos (eu já fiz isso algumas vezes), mas poucos desses argumentos apresentam tamanha distância entre a premissa e a conclusão quanto o argumento de Dawkins. Eu entro no meu escritório e anuncio para o chairman que o deão permitiu uma transferência de $50.000 para mim. Ele pergunta porque, e eu respondo que nós não conhecemos nenhuma objeção irrefutável para o fato de o deão permitir a transferência. Eu acredito que ele gentilmente sugeriria que eu me aposentasse.

Esse ponto é onde a massiva improbabilidade do teísmo é relevate. Se o teísmo é falso, então, (sem contar algumas sugestões bizarras que podemos seguramente ignorar) a evolução não é dirigida – para estabelecer essa sentença como verdadeira, ele parece imaginar que tudo que é necessário é refutar as alegações de que isso é impossível. Então talvez nós podemos pensar no seu argumento em O Relojoeiro Cego da seguinte forma: ele está realmente expressando sua idéia de que a existência de Deus é muito improvável. Então, o argumento não parece tão inválido. (Apesar de que ainda é inválido, ainda que não tanto – você não pode afirmar algo como fato simplesmente refutando as objeções, e acrescentando que é muito provável)

Agora supondo que nós voltemos para o argumento de Dawkins de que o teísmo é extremamente improvável. Como você lembra, a razão que Dawkins apresenta é que Deus teria que ser extremamente complexo, dessa forma, extremamente improvável (“Deus, ou qualquer ser capaz de decisões inteligentes, é complexo, que é uma outra forma de dizer improvável) O que podemos falar desse argumento?

Não muito. Primeiro, Deus é complexo? De acordo com muitos teólogos clássicos (Tomás de Aquino, por exemplo) Deus é simples, e simples num sentido forte, nele não há distinção entre matéria e substância, atualidade e potencialidade, essência e existência. Alguns pontos da discussão da simplicidade divina são bastante complicados, para não dizer misteriosos.³ (Não é apenas a teologia católica que diz que Deus é simples, de acordo com a confissão Belga, uma expressão esplendida do Cristianismo Reformado, Deus é “um simples e singular ser espiritual.”) Então primeiro, de acordo com a teologia clássica, Deus é simples, não complexo.4 Mais notável, talvez, é que de acordo com a própria definição de complexidade de Dawkins, Deus não é complexo. De acordo com sua definição (afirmada em O Relojoeiro Cego), algo é complexo se tiver partes colocadas de tal forma que não parecem ter chegado a tal ponto por puro acaso.” Mas é claro, Deus é um espírito, não um objeto material, e por isso não tem partes.5 A fortiori (como os filósofos gostam de dizer) Deus não tem partes arranjadas de forma que parecem ter surgido por puro acaso. Logo, pela definição de complexidade de Dawkins, Deus não é complexo.

Então primeiro, não é nada óbvio que Deus é complexo. Mas segundo, suponha que nós concedêssemos, ao menos para fins de argumentação, que Deus é complexo. Talvez nós pensemos que quanto mais um ser sabe, mais complexo é; Deus, sendo onisciente, seria então altamente complexo. Talvez sim, mas ainda, porque Dawkins acha que Deus é improvável? De uma perspectiva materialista e da idéia de que todos os objetos no nosso universo são constituídos de partículas físicas, talvez um ser que soubesse muito seria improvável – como poderia tais partículas se arranjar de tal forma capaz de constituir um ser com todo esse conhecimento? Claro, estamos falando sob uma ótica materialista. Dawkins está argumentando que o teísmo é improvável; seria dialeticamente deficiente in excelsis argumentar isso usando o materialismo como premissa. É claro que não existe um ser como Deus se o materialismo for verdadeiro; de fato, é implícito ao materialismo a não existência de Deus; mas seria uma questão óbvia argumentar que o teísmo é improvável porque o materialismo é verdadeiro.

Então porque achar que Deus tem que ser improvável? De acordo com o teísmo clássico, Deus é um ser necessário; não é possível que não existisse um ser como Deus; ele existe em todos os mundo possíveis. Mas se Deus é um ser necessário, se ele existe em todos os mundos possíveis, então a probabilidade de que ele existe, é claro, é 1, e a probabilidade de que ele não existe é 0. Longe de ser improvável de que ele existe, sua existência é muito provável. Então se Dawkins propõem que a existência de Deus é improvável, ele nos deve um argumento de que não existe um ser com os atributos de Deus – um argumento que não apenas começa da premissa materialista. Nem ele nem ninguém apresentou um argumento decente nesse ponto; Dawkins nem parece imaginar que ele precisa de um argumento desse tipo.

Um segundo exemplo do estilo de argumentação Dawkinsiano. Recentemente uma série de pensadores propuseram uma nova versão do argumento do projeto, o chamado “Argumento do Ajuste-Perfeito” (Fine-Tuning Argument). Começando entre os anos 60-70, astrofísicos e outros notaram que muitas das constantes físicas básicas tem que estar dentre de limites muito estreitos para que haja desenvolvimento de vida inteligente . Por exemplo, se a força da gravidade fosse uma pequena fração maior, todas as estrelas seriam gigantes azuis; se só uma fração menor, todas seriam anãs vermelhas; em nenhum dos casos a vida se desenvolveria. O mesmo vale para a fraca e forte força nuclear; se qualquer deles fosse um pouco diferente, a vida, de qualquer forma que nós a temos, não se desenvolveria. Igualmente interessante nessa conexão é o tão chamado problema plano: a existência de vida também parece depender delicadamente da velocidade de expansão do universo. Diz Stephen Hawking:

Uma redução no nível de expansão do universo de uma parte em 1012 no tempo em que a temperatura do universo era 1010 K teria acarretado um colapso no Universo quando seu raio era somente 1/3000 do valor atual e a temperatura ainda era 10.000 K. 6


Seria quente demais para o conforto. Hawking conclui que a vida só é possível porque o universo está expandindo no nível necessário para evitar o colapso. Num tempo anterior, ele observa, o ajuste do universo tinha que ser ainda mais notável:

Nós sabemos que tem que ter um equilíbrio muito preciso entre o efeito da expansão explosiva e a contração gravitacional a qual, numa era muito remota sobre a qual nós podemos falar (chamada o momento Planck, 10-43 seg. depois do big bang), teria que corresponder ao incrível nível de acurácia representado por um desvio no seu raio de uma unidade somente em 10 elevado a 60. 7

Uma reação a essas enormes coincidências aparentes é enxergá-las como um substituto a alegação teísta de que o universo foi criado por um Deus pessoal, e serve de material para um argumento teísta – argumento do ajuste perfeito (Fine-Tuned Argument).8 É como se um grande numero de ligações tivessem que ser ajustadas em limites muito estreitos para que a vida fosse possível no universo. É extremamente improvável que isso aconteceria por sorte, mas muito mais provável que acontecesse se houvesse um ser como Deus.

Em resposta a esse tipo de argumento teísta, Dawkins, junto com outros, propõe que possivelmente existam muitos (talvez infinitos) outros universos, com muitas outras distribuições de valores das constantes físicas. Pelo fato de haver tantos, é provável que alguns deles apresentariam os valores necessários a criação da vida. Então se existem um enorme numero de universos apresentando valores diferentes das constantes fundamentais, não é tão improvável que alguns deles sejam “perfeitamente ajustados” (fine-tuned). Podemos imaginar quão provável é que existam todos esses outros universos, e se há alguma razão (além do desejo de refutar o argumento do ajuste perfeito) para supor que exista tal coisa.9 Mas suponha por um momento que, de fato, existam tantos universos e que é provável que alguns deles sejam perfeitamente ajustados e favoráveis à vida. Isso ainda deixa Dawkins com o seguinte problema: ainda que seja provável que alguns universos sejam perfeitamente ajustados, ainda é improvável que esse universo seja perfeitamente ajustado. Chamemos nosso universo de alpha: a probabilidade de que alpha seja perfeitamente ajustado é astronomicamente baixa, mesmo sendo provável que um ou outro universo seja perfeitamente ajustado.

Qual é a réplica de Dawkins? Ele apela ao “principio antrópico”, o pensamento de que o único tipo de universo no qual nós poderíamos estar discutindo essa questão é aquele que é perfeitamente ajustado para a vida:

A resposta antrópica, em sua forma geral, é que nós apenas poderíamos estar discutindo essa questão no tipo de universo capaz de nos produzir. Nossa existência determina que as constantes fundamentais da física tinha que estar em suas respectivas zonas de cachinhos dourados (favoráveis a vida).

Bem, é claro que nosso universo teria que ser perfeitamente ajustado, visto que nós vivemos nele. Mas como isso explica porque alpha é perfeitamente ajustado? Ninguém pode explicar esse fato mostrando que de fato nós estamos aqui – mais do que eu posso “explicar” o fato de que Deus decidiu me criar apontando o fato de que se Deus não tivesse decidido me criar, eu não estaria aqui para fazer a pergunta. Ainda parece absurdo que essas constantes tenham os valores que ela têm; ainda é extremamente improvável, pela sorte, que elas tivessem esses valore; e é ainda muito menos improvável que elas tivessem esses valores, se houvesse um Deus que desejasse um universo favorável à vida.

Mais um exemplo do pensamento Dawkinsiano. No O Relojeiro Cego, ele considera a alegação de que desde que a maquinaria auto-duplicavel da vida é necessária para a seleção natural funcionar, Deus tem que ter iniciado todo o processo evolucionário criando a vida em primeiro lugar – especialmente criado o maquinário duplicador original do DNA e da proteína que fazem a seleção natural possível. Dawkins replica?

Esse é um argumento débil, de fato é obviamente auto-refutável. Complexidade organizada é o que temos dificuldade de explicar. Uma vez que só nos é permitido postular a complexidade organizada, somente a complexidade organizada do DNA/proteína da maquina duplicável, é relativamente fácil invocar isso como um gerador de ainda mais complexidade organizada.... . Mas é claro que qualquer Deus capaz de projetar inteligentemente algo tão complexo quando a maquina DNA/Proteína teria quer ser no mínimo tão complexo quando e organizado quando a própria máquina... . Para explicar a origem da máquina DNA/proteína invocando um Projetista sobrenatural é explicar exatamente nada, porque deixa inexplicada a origem do Projetista.

Em “Darwin’s Dangerous Idea” (A Perigosa Idéia de Darwin), Daniel Dennett cita essa declaração de Dawkins e diz que é “uma refutação inquestionável, tão devastadora hoje como quando Philo derrotou Cleanthes nos Diálogos de Hume dois séculos atrás.” Agora no “Deus, Um Delírio” Dawkins cita a sua própria citação feita por Dennett, e acrescenta que Dennett (i.e. Dawkins) está totalmente correto.

Nesse ponto há muito a dizer, mas eu vou falar só um pouco. Primeiro, suponha que nos aterrissássemos num planeta alienígena orbitando uma estrela distante e descobríssemos objetos semelhantes a máquinas que parecessem e funcionassem com tratores; nosso líder diz “tem que haver seres inteligentes nesse planeta para construírem esses tratores.” Um estudante de filosofia do primeiro ano objeta: “Ei, espera ai! Você não explicou nada! Qualquer ser inteligente que projetou esses tratores teria que ser no mínimo tão complexo quanto eles são.” Sem dúvidas nós diríamos a ele que um pouco de aprendizado pode ser perigoso e o advertiríamos a pegar o próximo foguete pra casa e fazer mais um ou dois cursos de filosofia. Porque é perfeitamente aceitável, nesse contexto, explicar a existência dos tratores pela existência de vida inteligente, mesmo levando em conta que a vida inteligente teria que ser tão complexa quanto os tratores. A questão é que nós não estamos tentando dar a última explicação sobre a complexidade organizada, e não estamos tentando explicar a complexidade organizada de um modo geral; nós apenas estamos tentando explicar uma manifestação especifica de complexidade organizada (os tratores). E (a menos que você esteja tentando dar uma explicação final para a complexidade organizada) é perfeitamente apropriado explicar uma manifestação de complexidade organizada usando uma outra complexidade organizada. De forma similar, em invocar Deus como o criador da vida, não estamos tentando explicar a complexidade organizada de um modo geral, mas apenas um tipo especifico, i.e. , vida terrestre. Então (ao contrário da realidade, como eu creio) mesmo se o próprio Deus apresenta complexidade organizada, seria perfeitamente apropriado explicar a existência da vida terrestre pela atividade divina.

Um segundo ponto: Dawkins (e novamente Dennett ecoa suas palavras) argumenta que “a principal coisa que queremos explicar” é a “complexidade organizada.” Ele continua dizendo que “O que torna a evolução uma teoria tão eficaz é que ela explica como a complexidade organizada pode surgir da simplicidade primitiva,” e ele atribui ao teísmo a incapacidade de explicar a complexidade organizada. Agora, a mente seria um grande exemplo de complexidade organizada, de acordo com Dawkins, e é claro é inegável que Deus é um ser que pensa e sabe; então se levarmos em conta a alegação de Dawkins de que o teísmo não oferece uma explicação para a mente. É óbvio que os teístas não são capazes de dar uma definitiva explicação para a mente, porque, naturalmente, não há nenhuma explicação para a existência de Deus. Ainda, isso serve de arma contra o teísmo? Toda explicação chega a um ponto final; para o teísmo o ponto final é Deus. É claro, o mesmo vale para qualquer outra visão; qualquer explicação chega a um ponto final. O materialista ou o fisicalista, por exemplo, não têm uma explicação para a existência de partículas elementares: elas simplesmente existem. Então alegar que queremos ou precisamos de uma definitiva explicação para a mente é, mais uma vez, inventar uma questão contra o teísmo; o teísta nem quer nem precisa de uma explicação definitiva de personalidade, ou pensamento, ou mente.

No final do livro, Dawkins apóia um certo ceticismo limitado. Já que nós fomos “ajuntados” pela (não-dirigida) evolução, é improvável, ele acha, que nossa visão de mundo seja precisa; a seleção natural está interessada no comportamento adaptativo, não em uma crença verdadeira. Mas Dawkins falha em ignorar as profundas implicações céticas da visão de que nós surgimos pela evolução não-dirigida. Podemos ver isso da forma seguinte. Como a maioria dos naturalistas, Dawkins é materialista a respeito dos seres humanos: seres humanos são objetos materiais; eles não tem um ser imaterial ou uma alma ou substâncias reunidas em um corpo, e eles não contêm nenhuma substância imaterial. Sob esse ponto de vista, nossas crenças seriam dependentes de questões neurofisiológicas, e (sem dúvidas) uma crença seria uma estrutura neurológica de algum tipo complexo. Agora a neurofisiologia da qual nossas crenças dependem vão ser sem dúvidas adaptativas; mas porque imaginar por um momento que as crenças dependentes ou causadas por essa neurofisiologia seriam em grande parte verdadeiras? Porque acreditar que nossas faculdades cognitivas são confiáveis?

De um ponto de vista teísta, nós esperaríamos que nossas faculdades cognitivas fossem confiáveis. Deus nos criou à sua imagem, e uma parte importante da nossa semelhança com Sua imagem é a habilidade de formular crenças verdadeiras e adquirir conhecimento. Mas de um ponto de vista naturalista o pensamento de que nossas faculdades cognitivas são confiáveis (produzem uma preponderância de crenças verdadeiras) seria no máximo esperança ingênua. O naturalista pode estar razoavelmente certo que a neurofisiologia por trás da formação da crença é adaptativa, mas não que a verdade de uma crença dependa de tal neurofisiologia. De fato ele teria que afirmar que é improvável, pela evolução não-dirigida, que nossas faculdades cognitivas sejam confiáveis. É mais provável, pela evolução não-dirigida, que nós vivemos em um tipo de mundo imaginário do que nós saibamos realmente algo sobre nós mesmos ou o mundo.

Se é assim, o naturalista tem um invalidador para suas alegações de que suas faculdades cognitivas são confiáveis - uma razão para rejeitar essa crença. (Exemplo de invalidador: suponha que alguém me disse que você nasceu em Michigan e eu acreditei; mas agora eu te pergunto, e você diz que nasceu no Brasil. Isso me dá um invalidador para a minha crença de que você nasceu em Michigan.) E se ele tem um invalidador para essa crença, ele também tem um invalidador para qualquer crença que seja produto de suas faculdades cognitivas. Mas é claro que isso seria em relação a todas as suas crenças – incluindo o próprio naturalismo. Então o naturalista tem um invalidador para o próprio naturalismo; natural-ismo, logo, é auto-refutável e não pode ser racionalmente crido.

O problema real aqui, obviamente, é o naturalismo de Dawkins, sua crença de que não existe Deus ou algum ser como ele. Isso é assim porque o naturalismo exige que a evolução seja não-dirigida. Então a conclusão mais ampla, é que não é possível aceitar racionalmente o naturalismo e a evolução; naturalismo, logo, está em conflito com a principal doutrina da ciência contemporânea. Pessoas como Dawkins dizem que há um conflito entre ciência e religião porque eles acham que há um conflito entre evolução e teísmo; a verdade, entretanto, é que há um conflito entre ciência e materialismo, não entre ciência e crença em Deus.

Deus Um Delírio é bombástico, mas não apresenta uma razão real para acreditarmos que a crença em Deus é equivocada, muito menos um “delírio”.

O naturalismo que Dawkins abraça é problemático, não há razão para acreditar no naturalismo, e há razões para rejeitá-lo.

Alvin Plantinga é Professor John A. O’Brien de Filosofia na Universidade de Notre Dame.

¹Um terceiro livro sobre esses assuntos, The End Of Faith (O Fim da Fé), foi escrito recentemente por Sam Harris, e ainda mais recentemente uma seqüência, Carta a Uma Nação Cristã, então talvez deveríamos falar do trio de ataque – ou, já que Harris é muito jovem nesse empreitada (ele é um estudante de graduação) talvez “Os três ursos do ateísmo”?

²Embora Dawkins cita (p.54), aparentemente aprovando, o argumento de que Deus não pode ser onisciente e onipotente: se ele é onisciente, então ele não pode mudar de opinião, logo, há algo que ele não pode fazer, então ele não é onipotente.(!)


³ Veja meu trabalho “Does God Have a Nature”? Aquinas Lecture 44 (Marquette Univ. Press, 1980)


4. O distinto filósofo de Oxford (Dawkins o chama de teólogo) Richard Swinburne propôs alguns argumentos sofisticados para a alegação de que Deus é simples. Dawkins menciona o argumento de Swinburne, mas não argumenta contra; ele se resume a ridicularizá-lo


5. E a Trindade? Como devemos imaginar a Trindade, não é muito claro, é claro, entretanto, que seja falso que para cada uma das três pessoas da Trindade, haja um outro ser do qual cada uma dessas pessoas faz parte.


6. “A Anisotropia do Universo em Tempos Longos,” em M.S.Longair, ed., Confrontação das Teorias Cosmológicas com Informações Observadas (Springer, 2002), p.285.


7. John Polckinhorne, Science and Creation: The Search for Understanding (Ciência e Criação: A Busca por Entendimento) (Random House, 1989) p.22


8. Uma das melhores versões do argumento do ajuste perfeito foi proposta por Robin Collins em “A Scientific Argument for the Existence of God: The Fine Tuning Design Argument,” em Michael J. Murray, ed., Reason for the Hope Within (Eerdmans, 1999), pp. 47-75.

9. Veja minha análise de “Darwin’s Dangerous Idea” de Daniel Dennett em Books & Culture, Maio/Junho 1996.

Traduzido por Vitor Pereira
Qualquer correção será bem-vinda!

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Eu li "A Linguagem de Deus" de Francis Collins...


Não são só os ateus que dominam as listas de best-sellers mundo afora. Apresentando uma visão de mundo oposta as de Richard Dawkins, Sam Harris, Cristopher Hitchens e Daniel Dennett - os super-heróis no Novo Ateísmo - Francis Collins, um dos cientistas mais importantes das últimas décadas, líder do Projeto Genoma - uma das mais significativas empreitadas cientificas da história - apresenta suas evidências para existência de Deus. Collins, um ex-ateu, agora cristão, mostra que não só a crença em Deus é verdadeira como é perfeitamente compatível com o rigor cientifíco e com as mais recentes descobertas da ciência. Como biologo que é, Collins apresenta todas as evidências cientifícas para o evolucionismo e mostra também que a evolução não exclui Deus do processo e não contradiz as Escrituras. Gostei muito do livro e recomendo àqueles que se interessam por ciência e sua interação com a fé, mais especificamente àqueles com questões pendentes em relação ao darwinismo. Collins é um exemplo de cristão que ama a Deus de todo entendimento, espero que esse livro sirva de lição para a Igreja contemporânea, e que os crentes possam despertar para a importância de dominarmos as mais altas posições intelectuais, não só na ciências, mas também no magistério, na política, na mídia e em todos os meios formadores de opinião. Permanecer na retaguarda do conhecimento cientifíco só causa prejuízos a nossa fé, é hora de dar um passo adiante.

Enquete: Qual é a sua religião?

Para conhecer mais o leitor do blog, está no ar a nossa primeira enquete

- Qual é a sua religião?

Resultados:

Cristão/Protestante: 9 votos (100%)
Cristão/Católico: 0 voto (0%)
Judeu: 0 voto (0%)
Muçulmano: 0 voto (0%)
Ateu/Agnóstico: 0 voto (0%)

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

C.S.Lewis fala sobre a criação

"Durantes séculos, Deus aperfeiçoou a forma animal que estava para se tornar o veículo da humanidade e a imagem dele. Deu ao ser mãos cujos polegares poderiam se opor a todos os dedos, e maxilares, dentes e gargante capazes de articular, e um cérebro complexo o suficiente para efetuar todos os movimentos materiais pelos quais o pensamento racional é personificado. A criatura pode ter existido nesse estado durante eras, antes de se tornar homem: pode até ter tido inteligência suficiente para fazer coisas que um arqueólogo moderno aceitaria como prova de sua humanidade. No entanto, era só um animal, porque todos esses processos físicos e psicológicos foram direcionados com finalidades puramente materiais e naturais. Então, na plenitude do tempo, Deus transmitiu a esse organismo, tanto na parte psicológica quanto na fisiológica, um novo tipo de consciência, que podia dizer "eu", que podia ver-se como um objeto, que conhecia Deus, que podia opinar sobre a verdade, a beleza e a bondade, e que se encontrava tão acima do tempo que podia percebê-lo fluindo. [...]Não sabemos quantas dessas criaturas Deus produziu, nem por quanto tempo permaneceram no estado paradisíaco. No entanto, cedo ou tarde tiveram seu momento de queda. Algo ou alguém lhes cochichou que poderiam ser como deuses.[...] Quiseram algum canto no universo no qual pudessem dizer a Deus: "Isso é da nossa conta, não da Sua". Mas esse canto não existe. Quiseram ser substantivos. Eram, porém, e devem ser para sempre, meros adjetivos. Não temos a menor idéia de qual ato ou série de atos em particular gerou o desejo impossível, que se contradizia, e que encontrou sua forma de expressão. Pois tudo que vejo pode ter tido relação com literalmente comer o fruto proibido, mas essa questão não têm importância."

Lewis, C.S. O Problema do Sofrimento apud Collins, Francis. A Linguagem de Deus

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

John Piper - Teologia da Prosperidade (legendado)

Como disse John Piper, isso é o que devemos sentir em relação à teologia e aos teólogos da prosperidade - ÓDIO! Àqueles que distorcem as Escrituas de forma sórdida - O MEU ÓDIO!

terça-feira, 20 de novembro de 2007

ISAÍAS 45:7 - Deus é o autor do mal?

PROBLEMA: De acordo com este versículo, Deus forma a luz e cria as trevas, faz a paz e cria o mal (cf. também Fr 18.11 e Lm 3.38; Am 3.6). Mas muitos outros textos das Escrituras nos informam que Deus não é mau (1Jo 1.5), que ele não pode nem mesmo ver o mal (Hc 1.13), nem pode ser tentado pelo mal (Tg 1.13).

SOLUÇÃO: A Bíblia é clara ao dizer que Deus é moralmente perfeito (cf. Dt32.4; Mt 5:48), e que lhe é impossível pecar (Hb 6.18). Ao mesmo tempo, sua absoluta justiça exige que ele puna o pecado. Este juízo assume ambas as formas: temporal e eterna (Mt 25:41; Ap 20.11-15).
Na Sua forma temporal, a execução da justiça de Deus às vezes é chamada de "mal", porque parece ser um mal aos que estão sujeitos a ela (cf. Hb12.11). Entretanto, a palavra hebraica correspondente a mal (rá) empregada no texto nem sempre tem o sentido moral. De fato, contexto mostra que ela deveria ser traduzida como "calamidade" ou "desgraça", como algumas versões o fazem (por exemplo a BJ). Assim, se diz que Deus é o autor do "mal" neste sentido, mas não no sentido moral - pelo menos não da forma direta.
Além disso, há um sentido indireto no qual Deus é o autor do mal em seu sentido moral. Deus criou seres morais com livre escolha, e a livre escolha é a origem do mal de ordem moral no universo. Assim, em última instância Deus é respnsável por fazer criaturas morais, que são responsáveis pelo mal da ordem moral. Deus tornou o mal possível ao criar criaturas livres, mas estas em sua liberdade fizeram com que o mal se tornasse real. É claro que a possibilidade do mal (i.e., a livre escolha) é em si mesma uma boa coisa.
Portanto, Deus criou apenas boas coisas, uma das quais foi o poder da livre escolha, e as criaturas morais é que produziram o mal. Entretanto, Deus é o autor de um universo moral, e neste sentido indireto, ele, em última instância, é o autor da possibilidade do mal. É claro, Deus apenas permitiu o mal, jamais o promoveu, e por fim irá produzir um bem maior através dele (cf. Gn 50.20; Ap 21-22).
A relação de Deus com o mal pode ser resumida da seguinte maneira:

DEUS NÃO É O AUTOR DO MAL:

- No sentido do pecado
- Mal de ordem moral
- Perversidade
- Diretamente
- Concretização do mal

DEUS É O AUTOR DO MAL:

- No sentido de calamidade
- Mal de ordem não moral
- Pragas
- Indiretamente
- Possibilidade do mal


fonte: Manual de Dúvidas Enigmas e Contradições da Bíblia - Norman Geisler & Thomas Howe

domingo, 18 de novembro de 2007

Dawkins, uma confusão - Alvin Plantinga (Tradução)

Em breve!!

Já que nesses dias não tem me ocorrido nenhuma nova idéia para colocar no papel, e para não deixar o blog às moscas, estou trabalhando na tradução de um artigo do conceituado filósofo Alvin Plantinga. O artigo se chama "The Dawkins Confusion" sobre o livro Deus, um Delírio de Richard Dawkins, até o final da semana o artigo será postado.
Aguardem...

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Eu li Sua Igreja Está Preparada? de Ravi Zacharias & Norman Geisler

Sua Igreja Está Preparada? - Ravi Zacharias & Norman Geisler

Obra apologética organizada por Ravi Zacharias e Norman Geisler, dois dos maiores apologistas contemporâneos. É um livro pequeno e interessante, que visa ensinar líderes a aplicarem a apologética na pregação, nos lares, e com destaque para o melhor capitulo do livro, de J.Buzsizewski sobre como permanecer cristão na Universidade. Não é uma obra apologética indispensável, mas não deixa de ter seu valor, principalmente para leigos.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Dinesh D'Souza vs. Christopher Hitchens "Is Christianity The Problem?"


Para botar mais fogo na polêmica recente entre Teísmo versus Ateísmo, no dia 22 de Outubro no The King's College, foi realizado um debate entre o ateu Christopher Hitchens, autor de Deus Não É Grande , e o cristão Dinesh D'Souza, autor de What's So Great About Christianity?
Por estar sem som no computador não pude ainda ouvir ao aclamado debate, mas recomendo a quem se interessar

http://www.youtube.com/watch?v=l-NduvegITQ&feature=related

O vídeo do debate está dividido em diversas partes, essa é a primeira, as seguintes você encontra na aba "Related Videos"

Não deixem de comentar sobre o debate!

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

O Louvor Como Evangelismo

"Por fim, o evangelismo acontece no contexto de toda a comunidade do povo de Deus envolvido no louvor. Anos atrás, li uma definição de louvor feita por William Temple que até hoje soa em tons claros e magníficos:

Louvor é a submissão de toda a nossa natureza a Deus. É o despertar da consciência por meio de sua santidade; a alimentação da mente com a sua verdade; a purificação da imaginação por meio da formosura; o abrir do coração ao seu amor; a entrega da vontade ao propósito dEle - tudo isso reunido com adoração, a emoção mais abnegada de que nossa natureza é capaz

Quanto mais penso nessa definição, mais convicto fico de que se o louvor é praticado com integridade pelo povo de Deus, pode ser o evangelismo mais poderoso em nossa cultura pós-moderna. É de suma importância que ao se planejar cultos de louvor, o pastor e os líderes da igreja dispensem atenção cuidadosa a cada elemento e certifique-se de que o louvor conserve integridade e propósito.
Há alguns anos, dois ou três de meus colegas e eu estávamos em um o país dominado pelo marxismo durante décadas. Antes de começarmos nossos cultos, fomos convidados para um jantar, por intermédio de alguns amigos em comum, dos quais todos eram céticos e, por objetivos práticos, ateus. A noite foi repleta de questões propostas principalmente por um que era um notável teórico naturalista. Também surgiram perguntas de outros que representavam diferentes elementos de poder naquela sociedade. No decorrer daquela noite, tivemos a sensação de que as perguntas tinham ido longe demais, e e que talvez estivéssemos andando em círculos.
Nesse momento, perguntei se podíamos fazer uma oração por eles e pelo país antes de nos despedirmos. Houve um silêncio de consternação, uma hesitação evidente, e então alguém disse: "É claro". Fizemos apenas isso - oramos. Naquela grande sala de jantar, de importância histórica para eles, com todas as lembranças de poder secular afixadas nas paredes, a oração trouxe um silêncio sensato e um reconhecimento de que estávamos na presença de alguém maior do que nós. Quando terminamos, todos os olhos estavam úmidos e nenhuma palvra foi pronunciada. Ele nos abraçaram e nos agradeceram como uma emoção estampada em seus rostos. No dia seguinte, quando nos encontramos, um deles me disse: "Não fomos para nossos quartos na noite passada até que amanheceu. Na verdade, fiquei no saquão do hotel a maior parte da noite conversando. Então voltei para o meu quarto e entreguei minha vida a Jesus Cristo".
Tenho plena certeza de que foi a oração que lhes deu uma dica sobre o que é o louvor. Seus corações nunca haviam experimentado isso. Ao longo dos anos descobri que orar com as pessoas algumas vezes pode fazer mais por elas do que uma pregação. A oração afasta o coração de uma pessoa da dependência de si mesma e a coloca em uma posição de confiar no Deus soberano. Muitas vezes, o peso é tirado instantaneamente. A oração é apenas um aspecto do louvor, mas é muito negligenciado diante das pessoas que ficariam chocadas ao ouvir que orar é semelhante a uma pessoa que sabe como tocar o coração de Deus. Para uma pessoa necessitada, respostas ensaiadas não transformam a mente; a oração sim."

Trecho de Sua Igreja Está Preparada? de Ravi Zacharias e Norman Geisler.

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Eu li Carta a Uma Nação Cristã - Sam Harris

Carta a Uma Nação Cristã - Sam Harris

Mais uma obra daqueles ateus contemporâneos que se julgam super-heróis simplesmente por dizerem: "Eu sou ateu", como se ainda vivessemos na Idade Média onde qualquer declaração similar tinha como punição a fogueira. Diferente da obra de Richard Dawkins, que tem como alvo todo tipo de crença no sobrenatural, Sam Harris escreve em forma de carta ao cristianismo, mais especificamente ao cristianismo norte-americano, e por isso, creio eu, sua crítica é superior a de Dawkins e mais efetiva em seus intuitos de erradicar a religião. Mas ainda assim, como não é novidade, boa parte dos argumentos não passam de reciclagens de argumentos ultrapassados formulados por ateus do século passado. Alguns dos argumentos de Sam Harris merecem uma resposta:

A Moralidade Bíblica

Sam Harris, como era de se esperar, faz menção as "atrocidades" veterotestamentárias na tentativa de desqualificar a Bíblia como um guia moral. Umas das questões colocadas é sobre a escravidão que é mencionada na Bíblia, e os escravos incentivados a obedecerem seus patrões. É claro que a escravidão como nós a conhecemos é um ato imoral, mas diferentemente da escravidão que nós temos em mente, os escravos dos tempos bíblicos não eram escolhidos por sua raça, mas sim por rendição em caso de guerra ou por dívida, quando alguém não tinha como pagar suas dívidas se vendia como escravo. E muitos dos escravos eram muito bem tratados, podendo até gerir negócios e ganhar o seu próprio dinheiro, muitos deles escolhiam por vontade própria permanecer até o fim da vida com seus senhores, pois, não tinham onde conseguir moradia e sustento que seus senhores o concediam. Além disso, no ano do Jubileu todos os escravos tinham de ser libertados. Sam Harris também faz uma critica aos 10 mandamentos principalmente pelo fato dos quatro primeiros mandamentos (aparentemente) nada têm a ver com moral mas sim com religião como "Não terás outros deuseus além de mim", o que ele esquece é que naquela época a adoração a outros deuses muitas vezes implicava em imoralidades como o sacrificio de crianças, e para que o mal pudesse ser cortado pela raiz mandamentos como esses se faziam necessários, até porque, como Feurbach e Freud disseram outrora, muitas vezes deus não passa de uma projeção de nossos desejos primitivos e recalcados. Imaginem como seriam os tempos do Velho Testamento se cada um moldasse deus de acordo com seus impulsos mais sombrios? Certamente muito pior do que as histórias de terror narradas no V.T.
O que faz a Bíblia o melhor dos guias morais é que ela foca na raiz de todo mal, a natureza humana, e por isso ela nos ensina que devemos nascer de novo, e nos despojar desse natureza pecaminosa que habita em nós. Se nós tomassemos ciência do egoísmo que nos domina e vivessemos o ideal altruista cristão certamente o mundo seria muito mais moral.

Consequências do Ateísmo

O fato de que as maiores atrocidades do século XX foram cometidas por ateus e movidas pelo ateísmo são diminuidas de forma covarde. Parece que o autor ignora que movidos pelo ateísmo Stálin e Mao Tse Tung lutaram violentamente contra a religião, destruindo Igrejas e matando sacerdotes. Harris tenta justificar tais atos dizendo que esses homens não eram racionais, ora, se isso serve como justificativa podemos usar do mesmo argumento para os cristãos que usaram do nome de Deus para colocarem em prática planos malignos que ficam devendo muito em crueldade aos de Stálin, Hitler e Mao.

O Péssimo Hábito Ateísta de Criticar o Que Não Entende

Na página 71, Sam Harris afirma "Qualquer leitura honesta do relato bíblico da criação sugere que Deus criou todos os animais e as plantas tais como nós os vemos agora. Não há dúvidas alguma de que a Bíblia está errada acerca disso." Essa afirmação parece ser muito verdadeira, para quem não se deu ao trabalho de ler os três primeiros capitulos de Gênesis. Em Gênesis 1.11, Deus cria a relva, plantas e arvores, porém vemos que em Gênesis 2.5 que a criação das plantas foi um processo, elas foram semeadas e cresceram, um processo que leva meses e não um dia, assim como acontece hoje quanto plantamos uma semente. O que indica claramente que cada criação de Deus em Gênesis 1 diz respeito não a criação das coisas como elas são em seu estado final mas sim apenas do potencial das coisas para se desenvolverem até o seu estado final. Mas sobre esse assunto eu escrevi no meu texto Uma Interpretação Não-Literal de Gênesis


Conclusão

Será que devemos temer o avanço do proselitismo ateísta no mundo inteiro? Creio que não. Muitas coisas boas podem ser tiradas dessa guerra ateísta contra a religião. Como já escrevi no texto sobre o documentário A Raiz de Todo Mal de Richard Dawkins, nós cristãos devemos encarar toda essa guerra teísta sob a ótica de Romanos 8.28. Tenho fé que toda essa afronta pode trazer bons frutos à religião em geral. Despertará os crentes para uma vida em acordo com suas crenças. E também trará uma importante lição para o debate entre fé e razão, religião e ciência. Assim como Dawkins, Sam Harris critica o respeito não-merecido que concedemos a religião, enquanto em todas as áreas de nossas vidas exigimos a verdade, em se tratando de religião suspendemos covardemente o raciocinio e apelamos para uma fé cega e irracional. Enquanto ninguém se baseia na fé nas questões pertinentes à história, em se tratando da origem da Bíblia ou da existência de Jesus Cristo a coisa muda. Não podemos mais adotar esse espirito irracional e anticientifico. Há tempo para mudar antes que a derrota seja decretada.


domingo, 28 de outubro de 2007

Eu li O Delírio de Dawkins - Alister McGrath & Joanna McGrath

O delírio de Dawkins - Alister & Joanna McGrath

Alister McGrath, professor de História da Teologia em Oxford, e sua esposa Joanna McGrath nesse pequeno livro põem à prova o fundamentalismo ateísta de Richard Dawkins em sua obra Deus, Um Delírio. O objetivo do livro não é responder a cada objeção colocada em Deus, Um Delírio, pois, segundo o autor, tornaria o livro extremamente pesado e enfadonho. Mas sim, avaliar a quão competente Dawkins é em seus juízos sobre a religião e deixar a conclusão final quanto a confiabilidade do mesmo para o leitor. O livro é simples e será útil aqueles que se deixaram abalar pelo livro de Dawkins, já para aqueles com conhecimento suficiente para não se influenciar pelas idéias equivocadas e sem fundamento de Deus, Um Delírio não tirarão muito proveito do livro. O livro é bom, e a iniciativa de Alister em responder ao maior best-seller ateísta da atualidade tem que ser incentivada, não podemos cruzar os braços enquanto os secularistas avançam na tomada do terreno intelectual. É no mundo das idéias que devemos agir se quisermos preparar o terreno para a pregação do Evangelho de Cristo.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Amando a Deus de Todo o Entendimento



“Fé é confiar no que você tem razão para acreditar que é verdadeiro e confiável.”
J.P.Moreland

No mundo evangélico hoje predomina uma nociva e demoníaca cultura anti-intelectual. A teologia é menosprezada e vista como um conhecimento inútil que só serve para atrapalhar.
Frases como “Deus capacita os mais fracos” norteiam esse pensamento que é, em parte, fruto de uma visão errada do conceito bíblico de fé, e também fruto de uma confusão nas palavras de Jesus quando falou que devíamos ser como crianças, o que ele estava dizendo era que devíamos ter a fé de uma criança, mas não a mente de uma criança! C.S.Lewis disse “Deus quer que tenhamos um coração de criança, mas uma mente de adulto”. E as pessoas crêem na falácia de que qualquer ação intelectual do homem é falta de fé na ação do Deus do “impossível” e ao invés de raciocinar devemos nos ater a orar e jejuar. Ao contrário do que pensam muitos dos crentes, esse pensamento é herético e destruidor dos fundamentos da nossa fé. Arrisco dizer que muito do estado caótico em que a Igreja se encontra se deve ao fato de sermos uma geração de cristãos ignorantes e anti-intelectuais. O maior mandamento deixado por Jesus foi “amar a Deus de todo coração, alma e entendimento” (Mt 22.37), mas infelizmente a última parte do mandamento é negligenciada. A palavra “entendimento” no original em grego é διάνοια (dianoia) que significa “pensamento profundo”, portanto devemos amar a Deus em todas as esferas da nossa vida, emocional, espiritual e também intelectual.

Como amamos a Deus com nossa razão? Acima de tudo, o crente tem que conhecer as bases de sua própria fé investindo no profundo conhecimento bíblico e teológico. Martinho Lutero dizia que a teologia nada mais é que a gramática da língua do Espírito Santo. É exatamente isso que a teologia é. E desafio alguém a investigar a história do Cristianismo e encontrar algum grande homem de Deus da história que não tenha sido também um profundo conhecedor das Escrituras. Em segundo lugar, o crente tem que conhecer filosofia, especialmente filosofia da religião, e apologética (defesa racional da fé) ambas essenciais tanto para o fortalecimento da própria fé quando para prover respostas racionais aos céticos como a Bíblia ordena em 1Pedro 3.15. Basta um estudo superficial da Bíblia e da história da Igreja e vemos o quão importante a teologia, a filosofia, e a apologética foram para a fé cristã. A começar pelo próprio Deus que em Isaias 1.18 incentiva o povo a raciocinar. Cristo que era mestre na retórica e se salvava como ninguém das arapucas lógicas dos fariseus, saduceus e herodianos como vemos no capitulo 12 de Marcos. O apóstolo Paulo que foi educado por Gamaliel, o maior sábio da época, citou poetas e filósofos pagãos em seus escritos (At 17.28, 1Co15.33, Tt 1.12), argumentava com os gentios como visto em Atos 17, persuadia - usando a argumentação intelectual - as pessoas a crerem em Cristo (At 17.4, At 28.23) e se dizia responsável pela defesa e confirmação do evangelho (Fp 1.7,16). (Se quisermos ser como Paulo porque não seguir o exemplo dele?). Apolo que convencia publicamente os judeus que o Cristo é Jesus (At 18.28). Tito ordena que os ministros tenham poder para convencer os que o contradizem (Tt 1.9) e Judas nos exorta a batalhar pela fé (Jd 3). Um passo além da geração do Novo Testamento, encontramos os pais da Igreja primitiva e seus tratados, apologéticas e cartas de uma inteligência brilhante, homens que foram fundamentais na autoconfiança e vigor da Igreja Cristã, pois esses homens mostraram que a comunidade cristã era tão intelectual e culturalmente rica quanto a cultura pagã que a circundava. Pulando alguns séculos até os grandes avivamentos do século XVIII, encontramos os grandes avivalistas John Wesley que dizia que o ministro deveria estudar “lógica, metafísica, teologia natural e geometria” habilidades negligenciadas pelos ministros evangélicos de hoje; e Jonathan Edwards teólogo e presidente da Universidade de Princeton. E mais recentemente, Billy Graham, o maior evangelista do século XX, disse que se pudesse recomeçar tudo de novo estudaria três vezes mais e tiraria seu Ph.D em antropologia! Ufa! Diante de tantas evidências em favor do uso da razão na fé cristã, como alguém pode argumentar contra?

Desde o inicio do século passado, com o avanço da ciência e os ataques intelectuais a religião, os cristãos preferiram se calar ao invés de contra-argumentar intelectualmente. E por isso a fé cristã acabou intelectualmente marginalizada, ao contrário do que fora outrora. Hoje a Igreja é mais guiada por sentimentalismo do que por convicções. Se quisermos uma Igreja forte e atuante devemos recuperar o espírito intelectual da Igreja, pensar de forma critica e aprender a aplicar a cosmovisão cristã a todas as áreas do conhecimento humano. Se quisermos transformar o mundo de forma eficaz devemos começar pela renovação de nossas mentes (Rm 12.2). Uma das desafiadoras tarefas dos pensadores cristãos é ajudar a mudar a tendência intelectual contemporânea de tal modo a favorecer um ambiente sociocultural onde a fé cristã possa ser considerada uma opção intelectualmente aceitável por homens e mulheres esclarecidos¹. Mas isso é fruto de muito estudo e esforço intelectual. Deus detesta preguiçosos, e os intelectualmente preguiçosos não fogem à regra. Nós somos responsáveis diretos pelo futuro da Igreja, se nós não nos dedicarmos com afinco ao estudo aprofundado da Palavra, se não zelarmos pela correta compreensão das Escrituras, se não fortalecermos os alicerces da Igreja disseminando as idéias cristãs, o mundo será levado por idéias anticristãs e a Igreja Evangélica não vai suportar por muito tempo os ataques do pós-modernismo e das filosofias seculares, pois as pessoas são movidas por idéias. Idéias cristãs deixarão o solo fértil para a mensagem do Evangelho, idéias ateístas tornarão a penetração do Evangelho praticamente impossível. Portanto ,Despertai, Bereanos!
¹MORELAND, J.P; CRAIG, William Lane. Filosofia e Cosmovisão Cristã. São Paulo. Vida Nova. 2005
Vitor Pereira 23.05.2007

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Eu li Psicologia das Multidões - Gustave Le Bon



Clássico do inicio do século passado, escrito pelo médico e sociólogo francês Gustave Le Bon. Esse excelente livro trata do comportamento do individuo quando em grupo. Esse é o tipo de livro que todo cristão deveria ler para estar bem afiado para desmascarar lideres evangélicos mal-intencionados que manipulam os fiéis de forma maléfica. O livro mostra como é fácil manipular multidões, sejam elas cultas ou incultas, por serem altamente influenciadas com promessas, imagens e ilusões. Quem domina é aquele que consegue iludir a multidão, quem tenta desiludi-la se torna sempre vitima. As multidões são incapazes de pensar alheio ao que lhes é sugerido, essa é a realidade evangélica atual, conhecer a arte de impressionar as multidões é conhecer a arte de as governar. Recomendadissimo!

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Conhecer a arte de impressionar as multidões, é conhecer a arte de governa-las

"As multidões nunca estiveram sequiosas de verdades. Perante as evidências que lhes desagradam, afastam-se, preferindo deificar o derro, se o erro as seduz. Quem sabe iludi-las, facilmente as domina; quem tenta desiludi-las, torna-se vitima delas." Psicologia das Multidões - Gustave LeBon

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Futebol ou politica?

Santana Lopes, politico português, abandona entrevista pela SIC Notícias, após ser interrompido pela transmissão ao vivo da chegada do técnico de futebol José Mourinho ao país.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Aline Barros na Novela "Duas Caras"

A cantora gospel Aline Barros, que vende mais de dois milhões de discos, estréia na trilha sonora de uma novela da Globo. Em 'Duas Caras', de Aguinaldo Silva, ela vai cantar 'Renascer', de Marcelo Manhães, parte de seu novo CD, 'O Poder do Teu Amor', do selo LGK. A música é tema de Dalva (Leona Cavalli), dependente química, que tenta se recuperar e, depois que consegue, se torna evangélica.

Carioca, 30 anos, nascida na Penha, Aline Barros faz 20 shows por semana e é a única cantora independente do gênero. A ligação dela é só com a religião. Nos bastidores da nova produção das 21h, comenta-se que Aline deverá fazer participação cantando ao vivo na igreja.

Eu li... Freud e a Questão da Religião - Hans Kung

...e gostei!Freud e a Questão da Religião - Hans Kung


Nesse ótimo livro, Hans Kung, psicólogo clínico e teólogo católico, faz uma análise do ateísmo de Freud e suas premissas. Kung mostra os erros das teorias da religião de Freud e como outros profissionais da psicologia reagiram as teorias Freudianas da religião, o autor também faz um apelo à união entre psicologia e religião esta última reprimida pela primeira. E também fala de como outros grandes psicanalistas como C.G.Jung, Adler e Rollo May encaravam a religião.

sábado, 29 de setembro de 2007

Acautelai-vos dos falsos profetas!

Peter Popoff, uma fraude desmascarada há 20 anos atrás está de volta.
Vale a pena assistir:

http://www.youtube.com/watch?v=ZKhYfgLWp1s&mode=related&search

Site do "profeta" www.peterpopoff.org
Qualquer semelhança com Benny Hinn, Morris Cerullo ou Creflo Dollar não é mera coincidência.

Leadership Summit 2007


Leadership Summit 2007

Esse é simplesmente o maior evento de liderança cristã do planeta, com presença de Bill Hybels, Colin Powell, Jimmy Carter dentre outros gigantes não só do meio cristão mas também politico e empresarial. Segue as datas do evento no Brasil:

SÃO PAULO - SP
05 e 06 de Outubro

CURITIBA - PR
12 e 13 de Outubro

BELO HORIZONTE - MG
19 e 20 de Outubro

RIO DE JANEIRO - RJ

26 e 27 de Outubro

RECIFE - PE
02 e 03 de Novembro

MAIS INFORMAÇÕES: http://www.willowcreek.org.br/summit/home.html

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Eu li Deus, um Delírio - Richard Dawkins...

Deus, um Delírio - Richard Dawkins


O Rottweiller de Darwin, Richard Dawkins faz seu maior ataque a religião, chamando de delírio todo e qualquer tipo de divindade sobrenatural. E é exatamente contra o sobrenatural que Dawkins foca seus ataques. Vale a pena ler? Vale, nós temos que estar preparados para reconhecer os argumentos do "inimigo" para que possamos refutá-los (1Pe 3.15). Mas é basicamente isso. Segundo as palavras do próprio Dawkin: "Se esse livro funcionar como pretendo, os leitores religiosos que abrirem esse livro serão ateus ao terminarem." Para o tipo de religioso carente de senso-critico talvez o livro possa alcançar os propósitos do seu autor, para os demais não. Dawkins perde por não conhecer o alvo de seus ataques, ele muitas vezes usa de muitos argumentos mas em direção aos alvos errados, ou quando ataca a conduta dos religiosos quando a conduta destes vai contra a fé professada pelos mesmos usando disso para atacar a religião em si. Ou quando ataca os argumentos a favor da existência de Deus nas suas formas mais simples o que equivale a tentar refutar a evolução se baseando na premissa "O homem veio do macaco", que é óbvio que soaria absurda para qualquer ignorante do assunto. O que me deixa pasmo é como a falta de senso crítico é tão onipresente, por não ser só atributo dos religiosos, mas também dos auto-intitulados "ateus livre-pensadores" que idolatram seu 'deus' Dawkins e aceitam todas as suas opiniões como vindas de uma autoridade inerrante. Não é meu objetivo fazer uma crítica exaustiva ao livro aqui, mas para aqueles que obedecem ao mandamento de amar a Deus com suas mentes (Mt 22.37), e de estar preparado para arrazoar sobre sua fé (1Pe 3.15) segue dois textos sobre o livro, o primeiro, em inglês, é do filósofo Alvin Plantinga e o segundo, traduzido para o português, do apologista William L. Craig... ah! mais uma vez Dawkins estava errado, o cristianismo não incentiva uma fé cega e sem questionamentos, isso que dá falar do que não sabe. Segue os textos:

Filipenses 1.29 - A Graça de Padecer por Cristo

"Porque vos foi concedida a graça de padecerdes por Cristo e não somente de credes nele." Filipenses 1.29 ARA

Paulo considerava um privilégio sofrer por Cristo. Por causa de nossa natureza, não consideramos o sofrimento um privilégio. Mas, se representarmos fielmente Cristo em nosso sofrimento, nossa mensagem e exemplo afetarão positivamente tanto a nós como aos outros (ver At 5.41). O sofrimento traz os seguintes beneficios adicionais: (1) afasta nossos olhos dos prazeres terrenos; (2) extirpa os crentes superficiais; (3) fortalece a fé daqueles que o suportam; e (4) server como um exemplo a ser imitado pelos outros. Quando sofremos por nossa é, não significa que fizemos alguma coisa errada. Na verdade, o que acontece é exatamente o oposto - o sofrimento é prova de que continuamos a ser fiéis. Use o sofrimento para construir o seu caráter. Não guarde rancor nem permita que o sofrimento lhe deixe deprimido.

Fonte: Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. CPAD.

domingo, 23 de setembro de 2007

A Verdadeira Espiritualidade

O médium Chico Xavier psicografando - exemplo de espiritualidade?


Nos é dito, nas nossas Igrejas, que nós devemos ser crentes espirituais. Jesus nos disse que deveríamos adorá-lO, não só em verdade, mas também em espírito. A Igreja nos ensina corretamente que devemos ser espirituais, mas será que nos ensina como sermos espirituais? O que será que vem a nossa mente quando ouvimos “fulano é muito espiritual”?

Creio que o que nos vem à mente ao ouvir uma afirmação como essa é tudo, menos a verdadeira espiritualidade bíblica. Nos dias de hoje, onde um avivamento emocional de atitudes exteriores predomina, o conceito de espiritualidade é altamente deturpado. Temos por espirituais aqueles que oram em línguas, aqueles que “caem no espírito”, aqueles que trazem profecias ou revelações, em geral, aqueles que apresentam uma sobrenaturalidade aflorada. Geralmente é esse tipo de “espiritualidade” que a Igreja busca e incentiva, mas que de positivo para a Igreja não tem nada. Se o ápice da vida cristã é manifestar esse tipo de espiritualidade, então nós temos grandes exemplos de cristãos espirituais para nos espelhar, por exemplo, os espíritas e sua mediunidade, psicografia, contato com o além, talvez seja essa a verdadeira espiritualidade! Ou talvez aqueles que recebem um Zé Pelintra aqui, outro acolá. Ou aqueles que consultam espíritos através de um jogo de cartas. Será que é isso que Deus quer? Se for, nós estamos bem atrás dos espíritas, macumbeiros e místicos em geral. Mas eu, ao contrário de maioria dos evangélicos, duvido que o Espírito Santo seja tão muquirana que só sirva para derrubar pessoas no chão ou distribuir unções das mais variadas espécies de animais.

O que é ser um crente espiritual?


Os Corintios eram um povo que manifestavam esse tipo de sobrenaturalidade aflorada que predomina hoje em dia no meio evangélico, era uma Igreja com muita manifestação de dons espirituais, profecias e revelações, se julgada pelos padrões atuais seria uma Igreja modelo. Portanto seria de esperar que Paulo incentivasse a espiritualidade corintiana e os louvasse por tamanha manifestação do espírito, mas não é isso que Paulo faz, ele pelo contrário refreia os corintios, os adverte que não mais do que dois ou três devem orar em línguas ao mesmo tempo na Igreja (1Co 14.27-28), diz também que se um incrédulo presenciasse esse tipo de manifestação tão desejada atualmente nos chamaria de loucos (1Co 14.23). E ainda ousa dizer que tais manifestações deveriam acontecer de forma ordeira e decente! Ora, mas os corintios não eram espirituais? Não, Paulo chama os corintios de crentes carnais em 1 Corintios 3. Apesar de toda extravagância que eles apresentavam, eles ainda assim não eram espirituais. A imoralidade entre eles era tamanha que faziam coisas que não aconteciam nem entre os gentios, e ainda assim apresentavam toda espiritualidade que nós hoje tanto desejamos. A verdadeira espiritualidade bíblica está muito mais ligada a caráter do que a manifestações exteriores, ser espiritual é seguir o exemplo de Jesus, um homem cortês, manso, cheio de amor e misericórdia que pelos padrões evangélicos não teria nada de espiritual. Ser espiritual é apresentar a maior evidência da presença do Espírito Santo na vida do crente, o fruto do espírito, que é amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Onde Deus realmente vive, essas características florescem, características da verdadeira espiritualidade.


Vitor Pereira
23.09.2007

 
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