sexta-feira, 29 de junho de 2007

O Problema do Sofrimento - C.S.Lewis

"Podemos, talvez, conceber um mundo em que Deus tenha corrigido os resultados deste abuso do livre arbítrio pelas suas criaturas a cada momento: de maneira que uma viga de madeira se tornasse macia como grama se usada como arma, e o ar se recusasse a obedecer- me se tentasse utilizá-lo em ondas sonoras que transmitissem mentiras ou insultos. Num mundo assim, porém, os atos errados seriam impossíveis e, portanto, ficaria anulado o livre arbítrio; se o princípio fosse levado à sua conclusão lógica, os maus pensamentos tornar-se- iam também impossíveis, desde que a massa cerebral que usamos para pensar se recusaria a fazê-lo quando tentássemos estruturá-la. Toda matéria nas proximidades de um homem perverso estaria sujeita a alterações imprevisíveis. A idéia de que Deus pode modificar, e realmente modifica, ocasio nalmente, o comportamento da matéria produzindo o que chamamos de milagres, faz parte da fé cristã; mas a própria concepção de um mundo comum e, portanto estável exige que tais ocasiões sejam extremamente raras.Num jogo de xadrez é possível fazer certas concessões arbitrárias ao seu oponente, que se colocam em relação às regras gerais do jogo como os milagres para as leis da natureza. Você pode privar-se de um castelo, ou permitir que o adversário se arrependa de um movimento já feito, anulando-o. Mas se você aceitasse tudo que ele pudesse desejar a qualquer momento — se todos os movimentos dele fossem revogáveis e se todas as suas peças desaparecessem toda vez que a posição delas no tabuleiro o desagradasse — não haveria então na realidade um jogo entre vocês. O mesmo acontece com a vida das almas num mundo: as leis fixas, as conseqüências desenvolvendo-se através da necessidade causal, e toda a ordem natural, são tanto limites dentro dos quais sua vida comum fica confinada como também a condição única sob a qual essa vida pode existir. Tente excluir a possibilidade do sofrimento que a ordem da natureza e a existência do livre-arbítrio envolvem, e descobrirá que excluiu a própria vida."

Trecho do livro "O Problema do Sofrimento" de C.S.Lewis

quarta-feira, 27 de junho de 2007

Confissão


Nunca lhe dei o devido valor.
Sempre abraço os mesmos pecados.
Piso nos cravos, o faço sentir dor.
Minha alma tem a escuridão como cor.
Tenha misericórdia, eu clamo, salva-me Senhor!

Vitor Pereira

terça-feira, 26 de junho de 2007

Eu li "Introd. ao Aconselhamento Bíblico" de John MacArthur...

...e gostei!
Introdução ao Aconselhamento Bíblico
John MacArthur & Wayne Mack


Um grande livro escrito pelo renomado John MacArthur, é voltado a psicólogos, psiquiatras, pastores, conselheiros e qualquer pessoa que tenha interesse por aconselhamento bíblico. O livro é muito bom, e enfatiza o papel das Escrituras na santificação pessoal e cura da alma, tarefas que infelizmente hoje nas Igrejas tem sido atribuidas exclusivamente à psicólogos, que muitas vezes tem uma cosmovisão anti-bíblica, e portanto, ineficaz. O livro combate certas doutrinas psicológicas contrárias ao cristianismo e que ao mesmo tempo superabundam nas Igrejas evangélicas como a ênfase na auto-estima, e a atribuição da responsabilidade pelos nossos atos às circunstâncias passadas de nossas vidas, doenças emocionais e não ao desvio de caráter que precisa de correção. Porém, creio que o livro comete certos exageros no ataque à psicologia, menosprezando a psicologia como uma "religião" inútil e sem menor embasamento cientifíco, o que não é bem assim. Inclusive, chegam a dizer que a única cura de vicios é o arrependimento e mudança de atitude, negando outros fatores que podem influenciar nos problemas emocionais. É útil para equilibrar os milhares de psicólogos "cristãos" que se deixam desviar por qualquer vento de doutrina. Mas, em certas passagens merecem um pouco mais de reflexão cuidadosa, mas sem dúvidas deve ser lido por qualquer um que trabalhe com terapia ou aconselhamento. Duas passagens que mereces serem citadas são:

"A idéia [acerca da auto-estima] pode desanimar qualquer um que tiver idade suficiente para lembrar da época em que o adjetivo "cristão" era, via de regra, seguido de "humildade". Mas as igrejas norte-americanas, aquelas que no passado não abriram mão de chamar seus congregados de "miseráveis", têm caminhado na direção de uma visão mais agradável da natureza humana... disciplinar pecadores é considerado contraproducente: isso os faz sentir mal acerca de si mesmos."

"Será que Deus realmente deseja que todas as pessoas sintam-se bem acerca de si mesmas? Ou será que Ele primeiro convoca os pecadores a reconhecerem seu estado próprio de extrema incapacidade?"

segunda-feira, 25 de junho de 2007

Mais sobre sofrimento...

Recebi diversos comentários ao meu último texto em comunidades do Orkut, e o que me chamou a atenção foi a falta de empatia dos cristãos com aqueles que sofrem e duvidam. Muitos parecem crer que o único culpado do sofrimento é o sofredor, e parecem pensar, aliás, pensam, que os cristãos são imunes ao sofrimento, o que contradiz toda a Bíblia. Esquecem que a vida dos maiores personagens Bíblicos foi marcada pelo sofrimento, e em boa parte, um sofrimento que para eles parecia incompreensivel - será que nunca leram Jó? Não só o crente sofre, como deve sofrer - Bem-aventurados os perseguidos - é o que diz a Bíblia. Pra finalizar, um versículo que fiz questão de decorar esses dias foi Judas 22: "E, compadecei-vos daqueles que estão na dúvida". Tão diferente do mundo de certezas evangélico, essa é a verdadeira fé, que só pode surgir aonde existe dúvida!

"Só considera que a morte é o maior dos males, quem é materialista e acredita que só existe esta vida física, que seria o bem supremo." Retirado do site Montfort

Segue aqui uma resposta que eu escrevi há um tempo atrás em um debate sobre Deus e o sofrimento:

A Maior parte do sofrimento humano é fruto do pecado, C.S.Lewis calculou que chega a 80% e Hugh Silvester a 95%.
Pecado no sentido de toda e qualquer desobediência a um mandamento de Deus. Pessoas matam, roubam, sequestram e cometem diversos outros pecados, e colhemos consequências. Inclusive a AIDS, é em grande parte fruto da sexualidade desenfreada dos dias de hoje. Esse é o preço de um mundo com livre-arbitrio. Inclusive boa parte dos desastres naturais não são caprichos da natureza, mas sim reações ao descuido do homem para com a natureza, efeito estufa, descongelamento das calotas polares etc, tudo culpa do homem. Existem ainda, o mal que não pode ser explicado tão facilmente, o 20 ou 5% de mal que não pode ser explicado pelo pecado, os desastres naturais que não são reações ao descuido humano, o mal da gazela que sofre nas garras dos leões, que talvez não tenham uma resposta conclusiva, porém, pode-se ainda argumentar usando a Lei Natural. Tem que haver um padrão para servir de comparação, tem que haver um Deus, tem que haver um paraíso, um lugar perfeito.

Entrando na esfera da fé, o cristianismo oferece, o que penso ser, a mais plausível explicação para o estado atual do mundo. Em uma era remota, a raça humana caiu. Portanto nós somos criaturas caidas que vivem em um mundo decaido, o paraíso foi perdido. E por isso o mal domina o mundo de hoje. Todos nascemos pecadores, é a doutrina do pecado original que segundo C.G.Jung "é incrivelmente verdadeira", basta abrir um jornal e veremos que o ser humano de fato tende ao pecado. Mito ou realidade, a verdade é que a doutrina do pecado original na prática se mostra muito verdadeira, pela condição humana, pela condição da natureza, pelo anseio que nós temos por um lugar como tudo é como deveria ser, um lugar perfeito, talvez, saudades de um paraíso uma vez perdido, e que um dia será reconquistado.

"Eu acredito no Cristianismo, assim como eu acredito que o Sol nasce todo dia, não só porque eu o vejo, mas porque através dele eu posso ver todas as outras coisas" C.S.Lewis

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Se Deus existe, por que há tanto sofrimento?


Três séculos antes do nascimento de Cristo, o filósofo grego Epicuro fez uma das afirmações que até hoje é um dos maiores desafios dos teístas, principalmente nós Cristãos que cremos em um Deus amoroso. Epicuro afirmou que caso Deus seja onipotente, então ele pode evitar o sofrimento, e se não o faz, é porque não é bom, e nesse caso, não é digno de ser Deus. Mas caso seja bom e queira evitar o sofrimento, então não o faz porque não consegue, então ele não é onipotente, e nesse caso, também não é Deus. Como nós Cristãos, adoradores de um Deus tanto onipotente quanto bom, podemos enfrentar o desafio de Epicuro?


Primeira objeção: Se Deus não existe de onde tiramos a noção de certo e errado? Ora, só é possível saber que uma linha é torta porque existem linhas retas que servem como parâmetro de comparação, se não existissem linhas retas não seria possível afirmarmos que uma linha é torta. Se não existe um padrão estabelecido de certo e errado, então não temos no que nos basear para afirmarmos o que é bom ou mau. Se Deus, o padrão da perfeição, não existe, então não temos base para afirmarmos o que é certo ou errado moralmente. A moral passa a ser totalmente relativa e ninguém tem o direito de dizer o que é certo ou errado a se fazer. Sem um padrão pré-estabelecido nós não podemos dizer que os canibais estão errados em comerem outros seres-humanos, nós não podemos dizer que é imoral o esquimó oferecer a sua esposa a um hóspede como prova de hospitalidade, não podemos dizer que a tribo dos trobriandeses, na Austrália, está equivocada em permitir que tios tenham relações sexuais com seus sobrinhos de até 12 anos, tudo baseado na crença que esse ato transforma as crianças em homens¹, errado por que? Baseado no que podemos afirmar isso?. C.S. Lewis disse “Uma crença dogmática em valores objetivos é necessária para a própria idéia de uma regra que não seja tirânica ou de uma obediência que não seja servil”². Portanto afirmar que o mundo está errado, é também afirmar que existe um padrão do que é certo, é afirmar que existe uma lei, e toda Lei implica na existência de um Legislador, que só pode ser Deus. Citando Dostoievski: “Se Deus não existe, tudo é permitido”.


Segunda objeção: O que causa o mau é a liberdade de escolha que Deus deu ao ser humano, o livre-arbítrio. Deus não nos criou como robôs, mas sim como seres dotados de razão e capazes de fazerem escolhas. Animais que são escravos dos seus instintos, nós não.

Deus criou o universo livre, livre até mesmo dele. Porque então Deus decidiu nos dar o livre-arbítrio se ele sabia que faríamos mau uso dele? Porque o livre-arbítrio apesar de ser aquilo que permite com que os homens escolham pelo mau, é em contra partida o que faz com que o amor valha a pena, por ser este algo opcional, e não obrigatório. Se não houvesse a opção do mau, não haveria nada de excepcional em fazer o bem, pois este seria automático, se não houvesse o mau não conheceríamos a profundidade do bem.


Terceira objeção: Muitos perguntam ‘mas porque Deus não destrói o mau de uma vez por todas e põe fim a todo esse sofrimento?’. Deus estabeleceu um dia em que há de por fim a todo o mau, mas as pessoas que pedem que esse Deus ponha fim na maldade de uma vez por todas, não sabem pelo que pedem. O dia em que Ele o fizer, será o fim de tudo, tanto o meu fim quanto o seu fim. Deus odeia o mau que existe em nós, mas por outro lado nos ama demais para nos destruir assim, sem mais nem menos. Afinal, se ele destrói todo e qualquer mau, ele vai destruir também a nós, ou alguém se atreve a dizer que é 100% bom? Então é melhor aguardarmos...

Vitor Pereira 11.12.2006


¹MALINOWSKI, Bronislaw. (1998 [1922]), "Argonautas do Pacífico Ocidental". Os Pensadores, São Paulo, Abril Cultural.

²LEWIS, Clive Staples, “A Abolição do Homem”. São Paulo. Martins Fontes. 2005

domingo, 17 de junho de 2007

Eu li "Revolucione sua Qualidade de Vida" de Augusto Cury...



Revolucione Sua Qualidade de Vida é mais um livro do Augusto Cury, papa da auto-ajuda no Brasil, o livro é bom, ensina algumas coisas bem interessantes, apesar do fato do autor rechear o livro com informações e detalhes dispensaveis. Um dos artigos do blog, Abra o seu coração para o amor, foi inspirado pelo livro, quando o autor fala de como nossas emoções passadas influenciam nossos relacionamentos presentes.

Sinopse: Revolucione Sua Qualidade de Vida. Você já sabe que alguém mexeu no seu queijo. Saiba agora o que fazer.O que mais você podia querer de "Quem Mexeu no Meu Queijo?" Quem sabe soluções para as parábolas desse incrível sucesso de vendas? Em "Revolucione Sua Qualidade de Vida", Augusto Cury, autor dos best-sellers "Você é Insubstituível", "Análise da Inteligência de Jesus Cristo" e outros, não apenas revela as situações com as quais temos que aprender a lidar no dia-a-dia, mas também apresenta sugestões de como você pode gerenciar seus pensamentos, trabalhar suas perdas, tornar-se seu próprio líder e ser feliz. Um dos pontos-chave é a capacidade de adaptação e a percepção do momento certo para mudar. Confira esta obra e encontre o desenvolvimento pessoal e profissional.

quinta-feira, 14 de junho de 2007

Punição à ignorância

"Quão criminosa deve parecer aos olhos de Deus essa ignorância voluntária ao cristianismo e à Palavra de Deus. Quando Ele, em sua bondade, nos concedeu tantos meios de instrução, quão grande deve ser a culpa, e quão terrível a punição à ignorância voluntária" (William Wilberforce, em Cristianismo verdadeiro).

Orgulho bestial


Se o governo promovesse a Marcha do Orgulho da Fornicação, para jovens que se orgulhassem de ter perdido a virgindade, ou a Marcha do Orgulho Adúltero, para homens que se orgulhassem de ter traído suas mulheres e vice-versa, seria um absurdo, obviamente. Mas a Marcha do Orgulho Gay, que ele patrocina, é pior do que isso.

Mais grave do que os vícios que atentam contra a castidade, são os vícios que contrariam a própria natureza. O adultério e a fornicação, por abomináveis que sejam, respeitam a complementaridade dos sexos, são realizados entre homem e mulher, de maneira natural. O que está errado na fornicação e no adultério é o tempo ou a circunstância em que o sexo é praticado: antes do casamento ou fora do casamento.

Agora, um pecado contra a natureza tem uma gravidade especial. É o caso do homossexualismo. Ele não respeita nem mesmo o ato, que, em si, já é antinatural: não há complementação física, nem fisiológica, nem psicológica entre dois homens e entre duas mulheres. A união entre eles é estéril, não produz absolutamente nada. E como os princípios da natureza fundam-se sobre os princípios da razão, como ensina São Tomás de Aquino, o homossexualismo promove a corrupção da natureza, que é a pior de todas as corrupções.

O governo, ao escolher exatamente isso para glorificar, parece que está querendo esmagar completamente a família. E ainda não estamos no fim. Porque, segundo São Tomás de Aquino, o maior pecado contra a natureza não é o homossexualismo, mas a bestialidade, a conjunção carnal com animais, porque, nesse caso, não se respeita nem a espécie.

Não se espante se, num futuro não muito distante, houver pessoas querendo se casar com animais em cartório. Nesse dia teremos a Parada do Orgulho Bestial e o governo criará a Lei da Zoofobia para incriminar aqueles que falarem mal da conjunção carnal entre seres humanos e animais. Esse ódio à vida, à família, à sacralidade do sexo, à fidelidade conjugal é um poço sem fundo.

trechos da entrevista do padre Luiz Carlos Lodi da Cruz ao Jornal Opção
colaboração: Rodney Eloy


segunda-feira, 11 de junho de 2007

Ferramentas de Deus para a Cura Emocional



Há muito tempo atrás, algo aconteceu que deturpou por completo o caráter, a mente, e a vontade do homem - a entrada do pecado no mundo. Esse fato deixou marcas profundas na alma do homem e a partir daí o mal tomou conta do nosso ser. Todos os problemas da humanidade tiveram origem no momento em que o Homem se afastou de Deus, permitindo que o pecado dominasse, portanto, todos nós estamos vulneráveis a problemas emocionais de qualquer intensidade. Por menor que sejam, todos nós carregamos marcas e feridas em nossas almas que refletem no nosso eu. Escrevo esse artigo como um leigo no assunto, apenas quero falar sobre duas ferramentas de Deus para a cura emocional, que por experiência própria provei de sua eficácia. São elas: A Bíblia e a Igreja.

1. A Bíblia: Em João 8.32, Jesus nos disse “e conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.” O Conhecimento da verdade é libertador, isso se trata de uma renovação da nossa mente que só a Palavra de Deus pode nos proporcionar, e Jesus deixa claro que é o conhecimento da verdade que nos liberta. Muitos crentes acham que basta ir pra Igreja ouvir o que o pastor fala e virar “evangélico” e então estamos seguindo a verdade. Mas a coisa não é bem assim, o conhecimento da verdade passa pelo estudo regular e sistemático da Palavra de Deus, uma tarefa essencialmente intelectual. É fundamental o conhecimento das principais doutrinas cristãs no processo de cura emocional e auto-conhecimento. Doutrinas como a queda, a graça, e a expiação, dentre outras. É necessária a meditação diária nas palavras escritas nesse livro (Js 1.8). Deus não faz aquilo que nós podemos fazer, Ele colocou as ferramentas nas nossas mãos, agora cabe a nós usá-las, não adianta orarmos cinco horas por dia e clamarmos por cura emocional sem o profundo estudo da Palavra, nunca alcançaremos uma renovação profunda do nosso interior. Estude a Bíblia, leia bons livros teológicos, lembre-se que teologia nada mais é do que a gramática da linguagem do Espírito Santo, compreenda a verdade e sua vida não será mais igual, falo por experiência própria.

2. A Igreja: No processo de cura das nossas emoções, é essencial o relacionamento interpessoal, a graça de Deus precisa ser experimentada na prática. Quero me prender aqui a um principio descrito em Tiago 5.16 que diz o seguinte: “Confessai, portanto, os vossos pecados uns aos outros, e orai uns pelos outros, para serdes curados.”
Esse é um principio simples, porém extremamente poderoso para a cura emocional, confessar nossos pecados, nossos conflitos, nossos problemas. Quase dois milênios depois de Tiago, em 1895, Sigmund Freud descobriu algo que ele chamou de “cura pela palavra”, ele percebeu que alguns problemas simplesmente desapareciam quando as pessoas falavam sobre eles. Já experimentei esse principio na prática, não sei explicar como funciona, não sei o que acontece, eu só sei que é extremamente poderoso e funciona. Portanto você precisa ter irmãos confiáveis com quem você possa colocar pra fora tudo que você tem no seu interior. Ultimamente a Igreja tem despertado muito para a importância da cura emocional, mas esse trabalho geralmente é restrito a terapeutas profissionais, porém não precisa ser assim, o terapeuta Hans Strupp afirmou o seguinte:

“A verdade simples e incontestável, na minha opinião, é que se você é anoréxico ou depressivo ou se está passando por dificuldades com pessoas importantes para você, é bem possível que passe a se sentir melhor apenas conversando com alguém em quem você confie.”

O que faz a terapia funcionar é muito mais a transferência que acontece entre paciente e terapeuta, a confiança e a conversa, do que os profundos insights do terapeuta. As pessoas no mundo anseiam por alguém que simplesmente as ouça, alguém com quem elas possam colocar Tiago 5.16 em prática. Portanto o líder espiritual deve conquistar a confiança do discípulo, pois a função de líder é mais do que cobrar a obediência a princípios Bíblicos. Muitos lideres são incapazes de dar um abraço, uma palavra de incentivo, e conseqüentemente acabam não conquistando a confiança de seus discípulos e coibindo-os de externalizarem seus sentimentos, o que acaba por gerar uma obediência meramente exterior, até chegar um ponto em que o discípulo explode e abandona o líder e até Deus, as pessoas precisam mais do coração do líder do que de suas mentes, as pessoas vão lembrar muito mais dos momentos de alegria, incentivo, de encorajamento, carinho, do que de suas palavras de sabedoria, isso que vai realmente fazer a diferença na vida emocional e espiritual do discípulo. Você só obtém cura se externalizar seus problemas, por pior que sejam, fale com alguém de sua confiança sobre eles, talvez esse alguém não vai saber falar uma palavra pra te ajudar, mas isso não importa, o importante é que essa pessoa estabeleça uma escuta empática, se coloque no lugar do outro, sinta os seus sentimentos e o aceite como ele é. É por esse tipo de intimidade que o Homem anseia, mas não conseguindo, o Homem parte para outros meios como drogas, sexo, bebedeiras e outros prazeres da carne. Devemos aceitar mais e condenar menos. Muitas vezes muitos cristãos não expõem seus problemas com medo de não serem aceitos, acabamos por formar uma comunidade de hipócritas onde todos acreditam não terem problemas, até chegar o momento que o que estava interiorizado explode e a desgraça é total, a única coisa que pode curar um dependente químico ou um viciado em sexo, é o amor, as pessoas precisam de um apoio, precisam se sentir amadas para conseguir se libertar dos laços do mundo.
Lembre-se, só duas coisas conseguiram transformar a alma humana: a queda e a graça, portanto nosso dever é transferir essa graça recebida ao nosso próximo, para que possamos nos conectar uns aos outros formando uma verdadeira comunidade, fomos criados por uma comunidade eterna de três pessoas, a trindade, e como tal também devemos viver em comunidade, ame ao próximo, escute o próximo, encontre alguém com quem descarregar seus problemas, alguém que aja como um para-raio, aliviando toda a energia carregada dentro de você. Nosso dever é permitir que o poder curador do Espírito Santo flua através de nós, Jesus disse que do nosso interior fluiriam rios de águas vidas, deixe esse rio fluir. O amor e a compreensão terão muito mais efeitos positivos do que a simples cobrança e exigências.

Vitor Pereira 03.11.2006


Bibliografia:
CRABB, Larry. Conexão: O Poder restaurador dos relacionamentos humanos. 2 ed. São Paulo. Mundo Cristão. 1999

terça-feira, 5 de junho de 2007

Abra o coração para o amor



Lucas 2.52 diz que Jesus crescia em sabedoria, estatura e graça diante de Deus, e também dos homem. Jesus era um homem que crescia em todas as áreas, incluindo em graça diante dos homens, ou seja, crescimento socio-emocional. Portanto devemos também crescer em todas as áreas, e não só na intelectual como é o intuito principal desse blog. Por isso, começaremos aqui uma mini-série de dois artigos sobre as nossas emoções.

Quando vivenciamos um sentimento, seja ele qual for, pode ser amor, ódio, rejeição, frustração, solidão etc. Nós o vivenciamos por alguns minutos e depois esse sentimento se vai para nunca mais voltar. É o que pensamos. Mas na realidade não é bem assim, quando a emoção provocada por um sentimento passa, ela se enterra no solo do inconsciente, passando a nos influenciar, e nos perturbar muitas vezes, ao longo de nossas vidas. As emoções vivenciadas funcionam como um aprendizado para nosso inconsciente e, muitas vezes, passam a nos vacinar contra emoções futuras. Se você passa por um relacionamento, com qualquer pessoa, onde você ama e recebe maus-tratos em troca, o que ficará gravado no seu inconsciente? (1) Quem ama, é maltratado. (2) Eu amo (3) Logo, eu serei maltratado. Então como você agirá posteriormente? Não amará mais, pois o seu inconsciente diz que se você o fizer você será maltratado. Agora, se em um relacionamento, o seu amor é recíproco, você ama e recebe o mesmo em troca, o seu inconsciente gravará uma mensagem oposta: (1) Quem ama, é amado. (2) Eu amo (3) Logo, eu serei amado. Não é necessário perguntar como serão suas ações posteriores! Portanto, devemos entender que muitas das nossas fraquezas e medos hoje são fruto de traumas passados. É claro que tudo depende da quantidade e intensidade das emoções envolvidas, não vai ser uma emoção isolada que vai determinar como você agirá no futuro, mas se você passar por uma seqüência de relacionamentos onde seu amor é recíproco será necessário uma maior quantidade e intensidade de relacionamentos onde o seu amor não é recíproco para que você mude sua forma de agir. Se você sofreu em relacionamentos passados, a única forma de corrigir a mensagem gravada no seu inconsciente é se expor novamente ao risco de sofrer, pois somente relacionamentos bem-sucedidos corrigirão as mensagens impressas por relacionamentos mal-sucedidos. Muitas pessoas, infelizmente, agem de forma contrária, sofrem e por isso fecham o coração para não correrem o risco de sofrer novamente, vivem amarguradas e doentes interiormente, mas quem fecha o coração para o sofrimento também fecha o coração para a oportunidade de ser amado, ou seja, fecha o coração para a única coisa que pode curá-lo! Abra seu coração, permita amar e ser amado. Se exponha ao risco de sofrer novamente. Busque pessoas sadias, de caráter e ai sim os riscos de ser machucado diminuírão.
Vitor Pereira

 
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