quarta-feira, 5 de março de 2008

Com a Mente Firmada na Rocha


Em Mateus 7.24-27, Jesus fala de dois fundamentos sobre os quais podemos firmar nossos pés. O primeiro é a rocha que se refere ao homem prudente que ouve as palavras de Jesus e as coloca em prática; o segundo é a areia, que se refere ao homem insensato que ouve as palavras, mas não as pratica. Quando a natureza resolve se manifestar, não é preciso responder qual fundamento resiste. Nesse texto eu quero usar a analogia de Jesus para falar sobre o fundamento que sustenta o nosso intelecto.


O Problema


Qualquer pessoa instruída deve ter o bom hábito da leitura, e nada melhor do que um livro para transformar a mente do ser humano. Nós seres humanos somos guiados por idéias, são elas que nos dirigem e guiam nossas decisões cotidianas. O psicólogo social Gustave Le Bon, em seu clássico, Psicologia das Multidões, abre seu livro justamente falando sobre o poder das idéias, ele afirma “As grandes convulsões que precederam as mudanças de civilização parecem, à primeira vista, determinadas por transformações políticas importantes: invasões de povos ou queda de dinastias. Mas um estudo atento desses acontecimentos descobre, a maior parte das vezes, como causa real oculta pelas causas aparentes, uma modificação profunda das idéias dos povos.” Portanto, são idéias que transformam pessoas e por conseqüência civilizações. Daí podemos deduzir o poder dos livros, já que são a melhor ferramenta para o inicio da divulgação de uma idéia, só depois essas idéias se propagam e tomam seu lugar na mídia. A leitura tem um papel crucial na transformação da nossa mente. Como cristãos somos ordenados a amar a Deus com o nosso entendimento, isso envolve a leitura e o contato com idéias de diversos pensadores, não só cristãos, mas também pensadores seculares, muitos dos quais propagam idéias anti-cristãs como o relativismo por exemplo. E o problema com muitos cristãos que estudam é que estes acabam adotam idéias que contradizem o cristianismo, ás vezes por ignorância, por exemplo, um cristão incauto pode afirmar “tudo é relativo” sem se dar conta que isso contraria a noção de verdade absoluta na qual o cristianismo se baseia. E com muito mais freqüência muitos elevam alguns pensadores a um nível de autoridade maior do que o fundamento da nossa fé – a Bíblia. E com isso acabamos por moldar nosso cristianismo à filosofia secular, ao invés do contrário. Nosso cristianismo se torna um mero seguidor do que o mundo prega e nós corremos atrás tentando adaptar desesperadamente nossa mensagem as vãs filosofias mundanas.


A Solução


É claro que, ao contrário do que pensam muitos crentes, a saída para resolver o problema dos crentes que crescem em conhecimento e começam a propagam idéias anti-cristãs não é coibir o estudo e o contato com pensadores seculares, muito pelo contrário. O problema é que muitos cristãos fundamentam sua mente na areia, que são os homens - sejam estes filósofos, teólogos, cientistas etc. – e não na rocha, a Bíblia - a fonte de todo conhecimento absoluto e corroborado por Deus. E quando fundamentamos nossa mente nas obras de pessoas mortais nós acabamos por ficar sem nenhum fundamento absoluto de Verdade. Isso aliado a pecaminosidade humana e nossa propensão para o mal (Ex 32.22) só pode causar um desastre no nosso pensamento. Por isso não é de se estranhar que muitos pensadores cristãos apesar de começarem bem, terminaram endoidecendo, propagando um cristianismo sem sal e que se molda em torno da cultura, ao invés do contrário. Por isso vemos cristãos pluralistas, relativistas e liberais, chegando a ponto de negarem princípios claros da Bíblia. Um exemplo do âmbito moral é a questão do homossexualismo, muitos cristãos adotam a moda pró-gay que o mundo impõe e fazem malabarismos para reinterpretar os textos onde a Bíblia claramente condena o homossexualismo. São conseqüências naturais de pessoas que tiraram a Bíblia do seu lugar de autoridade máxima e no lugar colocam as obras de pensadores cristãos, ou pior, ateus. Não devemos nunca esquecer que o conhecimento da Bíblia a partir da leitura do texto puro é essencial para a saúde do nosso espírito, nem mesmo o melhor texto de C.S.Lewis ou Agostinho pode cumprir o papel que é devido a Bíblia, trocar a Bíblia por comentaristas da Bíblia é o mesmo que trocar comida por um multivitaminico sintético, o segundo serve no máximo para complementar o primeiro. E devemos ficar sempre alerta para não moldar a Bíblia de acordo com nossas vontades, desejos e pecados. Antes de propagar uma idéia, faça uma introspecção e pergunte-se: "Será que eu aceito essa idéia por ser ela verdadeira ou por ser agradável e fácil de se conciliar com o mundo secular?". Com um pouco mais de respeito à Bíblia nosso cristianismo terá muito mais eficácia em moldar a cultura e nossa teologia será levada muito mais a sério, pois, mais cedo ou mais tarde pelo menos alguns vão acabar por reconhecer que enquanto todas as filosofias mundanas passaram a Verdade continua intacta.

Vitor Pereira

2 comentários:

Daniel Grubba disse...

Fala Vitor,
Muito bom este texto. Sou obrigado a concordar. Os cristãos que sempre foram conhecidos como o povo do livro precisa voltar a buscar a essência de seu chamado: influênciar.
Fica na paz.

Anônimo disse...

Parabéns.È isso aí. Temos que ser formados a luz da palavra de Deus e não na palavra simplismente humanista de qualquer filosofo acomodador de situações.

 
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