quarta-feira, 30 de julho de 2008

Por que Esperar Pelo Sexo? Uma Análise das Mentiras que Nós Enfrentamos


por Alice Fryling
Tradução: Vitor Grando
vitor.grnd@gmail.com
DespertaiBereanos.blogspot.com



A História nos ensina que as pessoas acreditam no que elas querem ouvir. Mentiras podem soar muito verdadeiras quando as pessoas estão famintas por verdade. Até mesmo sociedades inteiras se deleitam em mentiras. A inquisição foi baseada na mentira de que algumas pessoas poderiam forçar outras a mudar suas crenças religiosas. Colonizadores Americanos acreditavam na mentira de que uma raça tinha o direito de possuir, comprar e vender pessoas de outras raças. Mais recentemente, centenas de milhares de pessoas acreditaram na mentira de Hitler de que a raça Judaica deveria ser erradicada. Muitos de nós mal pode imaginar como alguém pode ter crido nessas mentiras. Mas ainda assim nós engolimos outras mentiras o tempo todo.

Nossa sociedade está faminta por intimidade. E muitas das mentiras que acreditamos na nossa cultura têm a ver com nossa fome por relacionamento. Nós queremos aceitação, relacionamentos amorosos e intimidade profunda, e ainda acreditamos na mentira de que o sexo vai satisfazer nossa fome. É verdade que somos seres profundamente sexuais, mas é hora de examinar algumas das mentiras em que nos deleitamos: a mentira de que o sexo pré-matrimonial é um dos nossos direitos inalienáveis, a mentira de que o intercurso sexual é o caminho para intimidade, e a mentira de que a abstinência pré-matrimonial é, no mínimo, obsoleta e repressiva na pior das hipóteses. Isso é tudo mentira.

Compramos essas mentiras por que somos pessoas famintas. Nós somos pessoas que necessitam de amor, de toque e compreensão num mundo de laços familiares destituídos e disfunção epidêmica. Nossos desejos certamente não são novos; são tão antigos quanto a humanidade. A diferença é que no mundo hoje as pessoas estão tentando satisfazer essas necessidades das formas mais estranhas possíveis: através de máquinas (TV’s, CD players, e computadores), através de esportes, posses materiais, instituições e sexo. Especialmente através do sexo. “Experimente pelo menos uma vez e você será satisfeito.” “Procure variedade e você não vai se entediar.” “Uma vida sem sexo é uma vida sem afeto.” A experiência sexual se tornou um direito pessoal, uma necessidade que precisa ser satisfeita e uma norma que precisa ser aceita.

A tragédia de tudo isso é que as pessoas estão morrendo de inanição emocional, e estão procurando pelos alimentos errados. E quero identificar sete mentiras que nossa sociedade criou sobre o sexo. A verdade é que o sexo fora do casamento não é tudo isso que parece ser. Não há pode de ouro no final do arco-íris.


Mentira #1: Sexo cria intimidade. Sexo é uma expressão de intimidade, não um meio para se conquistar intimidade. A verdadeira intimidade frui da comunhão verbal e emocional. Verdadeira intimidade é construída sobre um compromisso de honestidade, amor e liberdade. Verdadeira intimidade não é primariamente a relação sexual. Intimidade, na verdade, não têm quase nada a ver com os órgãos sexuais. Uma prostituta expõe seu corpo para muitos, mas isso certamente não gera intimidade.

Intercurso sexual pré-matrimonial, na verdade, pode esconder falta de intimidade. Donald Joy escreve que iniciar a prática sexual prematuramente causa um curto-circuito no processo de criação de vínculos emocionais. Ele cita um estudo com 100.000 mulheres que liga a experiência sexual precoce com insatisfação nos seus casamentos atuais, infelicidade com o nível de intimidade sexual e um predomínio de baixa auto-estima (Christianity Today, Outubro 3, 1986)

Mentira #2: Começar a relação sexual cedo no relacionamento ajuda no processo de conhecimento mútuo e a se tornarem melhores parceiros mais tarde. Intercurso sexual e intensa exploração física cedo no relacionamento não reflete o sexo na sua melhor forma. Claro que há prazer sexual para aqueles que iniciam a experiência sexual pré-matrimonial. Mas eles estão perdendo o melhor caminho para a felicidade matrimonial. Sexo é uma arte que é mais bem aprendida se desenvolvida dentro da segurança do casamento. Eu me encontrei, uma vez, com uma estudante cuja frustração com suas relações sexuais a motivou a vencer a vergonha e me perguntar na cara dura: “O sexo dentro do casamento é tão ruim quanto fora do casamento?” Ela chegara ao fim do arco-íris, procurando pelo pote de ouro, e encontrou apenas desilusão.

Quando a intimidade física irrestrita domina o relacionamento, outras partes do relacionamento sofrem. Em casamentos saudáveis, o sexo não é principal mas é colocado ao lado dos aspectos intelectual, emocional e prático da vida. Cônjuges passam menos tempo na cama do que conversado, resolvendo problemas, e em comunhão emocional. A mentira de que o sexo pré-matrimonial nos prepara para o casamento nega o fato de que a felicidade sexual se desenvolve somente através de anos de relacionamento intimo. O ápice do prazer sexual, dizem os psicólogos, geralmente vêm após dez a vinte anos após o casamento.

O bom sexo começa na mente. Depende do conhecimento intimo de seu parceiro. A Bíblia usa a palavra “conhecer” para descrever o intercurso sexual: “Adão conheceu sua esposa Eva e ela concebeu...” (Genêsis 4:1). Essa escolha de palavras eleva a sexualidade humana de mero sexo animal onde a disponibilidade é o principal requisito para uma completa e intima expressão de amor e compromisso.

Mentira #3: Sexo casual sem compromisso é divertido e libertador. Aqueles que decidem por relacionamentos sexuais rápidos estão se decidindo por um sexo que não satisfaz. O jornalista George Leonard observa que “recreação sexual casual é dificilmente um deleite – nem mesmo um farto sanduíche. É dieta de fast-food servida em marmitas. Os deleites da vida estão disponíveis apenas para aqueles que estão desejosos e dispostos a encarar a vida num nível pessoal profundo, entregando tudo, sem esperar nada em troca.” (citado por Joyce Hugget em Dating, Sex & Friendship, InterVarsity Press, p.82.) Para a mulher, particularmente, o sexo pode revelar medos escondidos e falta de confiança. O bom sexo – que pode ser um agente de cura ao longo do tempo – requer confiança, confiança que é desenvolvida melhor no contexto de um compromisso irrevogável de casamento.

Mentira #4: Se você não expressar sua sexualidade livremente, você deve ser recalcado, doente ou afetado. Esse é uma mentira que pode ser muito intimidante, mas o fato é que sexo precoce é nocivo para a saúde emocional, física e cultural. A edição de Fevereiro de 1991 do Journal of Pediatrics relata que pesquisadores da Universidade de Indiana descobriram que adolescentes sexualmente ativos são mais propensos ao abuso de álcool e drogas ilícitas, e são mais propensos a terem problemas na escola. Eles relataram que meninas sexualmente ativas eram mais propensas à depressão, baixa auto-estima, solidão e tentativas de suicídio.

Sexo pré-matrimonial pode ser nocivo para a saúde emocional do seu futuro casamento. Deixa um parâmetro de comparações, suspeitas e desconfiança. “Eu sou tão atraente (ou sexualmente atraente) como sua(eu) última(o) parceira(o)?” “Se ela não esperou por mim antes de nos casarmos, porque eu acreditaria que ela se guarda apenas pra mim agora?” “Se alguém melhor se aproximar, será que serei abandonado?”

Sexo pré-matrimonial é nocivo também para sua saúde física. Doenças sexualmente transmissíveis têm recebido bastante atenção da mídia nos últimos anos. Tempo igual não têm sido dado a opinião de vários especialistas médicos de que a abstinência extra-conjugal é, sem dúvidas, a melhorar maneira de evitar essas doenças.

Promiscuidade sexual é, também, nociva para a saúde de nossa civilização. Um estudo com mais de oitenta sociedades das mais primitivas e antigas até as mais modernas revelou “uma invariável correlação entre o nível de restrições sexuais e o nível de progresso social. Culturas mais permissivas sexualmente apresentaram menor energia cultural, criatividade, desenvolvimento intelectual e individual, e uma ascensão cultural mais lenta...´(Reo Christenson, Christianity Today, Fevereiro 19, 1982). Por que, então, nós – como indivíduos e sociedade – trocamos nossa energia, criatividade, e desenvolvimento intelectual pelo prazer sexual momentâneo? Porque nós temos crido numa mentira.

Mentira #5: Sexo é liberdade. Sexo pré-matrimonial é dificilmente uma expressão de liberdade. Jovens que se tornam sexualmente ativos em resposta à pressão de ter que ser sofisticado e independente na verdade se tornam vitimas da opinião pública. Ninguém está realmente livre se está pessoa se envolve em qualquer atividade para impressionar a maioria.


Mentira #6: Certamente Deus compreende que esse é o século 21! Como pode estar errado aquilo que a sociedade diz que é normal? As Escrituras são claras ao mostrar a relação sexual extraconjugal como pecado. Mesmo se não tivéssemos nenhuma outra evidência, a Palavra de Deus deixa claro que o sexo fora do casamento não é apenas ruim para nós mesmos, mas é também errado. No sétimo mandamento aos Israelitas, Deus disse “Não adulterarás” (Êxodo 20:14). Jesus foi ainda mais inclusivo ao descrever o mal que jaz dentro de nossos corações, incluindo a “imoralidade sexual” (Marcos 7:21). Paulo exortou os Coríntios a “se absterem da imoralidade sexual” (veja 1 Coríntios 6:18-19), e aos Efésios ele disse que entre eles não deveria haver sequer “menção de imoralidade sexual como também de nenhuma espécie de impureza ou de cobiça pois essas coisas não são próprias aos santos.” (Efésios 5:3). O autor da carta aos Hebreus escreveu, “Honrado seja, entre todos, o matrimônio e o leito sem mácula; pois aos devassos e adúlteros, Deus os julgará.” (Hebreus 13.4)


Eu não creio que Deus nos deu essas regras por ser um estraga prazeres. Mas muito pelo contrário, porque Deus nos criou e porque ele nos ama mais do que podemos imaginar, ele nos revela como ter a melhor e mais satisfatória vida sexual: dentro do casamento. Aí que o sexo é divertido! Abstinência pré-matrimonial e fidelidade matrimonial não é uma negação dos meus direitos ou meus prazeres. É escolher experimentar o sexo no contexto mais saudável e feliz possível.


Mentira #7: Por que esperar? Como você pode saber com certeza que esperar é melhor? Talvez não valha a pena esperar. Talvez seja melhor experimentar as oportunidades que você surgirem. Obediência aos mandamentos de Deus inclui confiar que ele sabe o que é melhor para nós – mesmo quando nós não entendemos totalmente seus motivos. As escolhas que nós fazemos no nosso comportamento sexual requerem fé em verdades que podemos não entender. Deus exigiu que os Israelitas obedecessem a dezenas de leis, muitas das quais eram boas para a saúde do povo mesmo eles não sabendo o por quê. Veja um exemplo de Levítico 15:2, 9-10 “Esta, pois, será a sua imundícia, por causa do seu fluxo; se a sua carne vasa o seu fluxo ou se a sua carne estanca o seu fluxo, esta é a sua imundícia... também toda a sela, em que cavalgar o que tem o fluxo, será imunda, e qualquer que tocar em alguma coisa que esteve debaixo dele, será imundo até à tarde; e aquele que a levar, lavará as suas roupas, e se banhará em água, e será imundo até à tarde”. Milhares de anos atrás, ninguém havia ouvido falar de germes e micro-organismos que transmitiam doenças. Se algum jovem tivesse reclamado da injustiça de Deus ao não deixá-lo montar o mesmo cavalo que o seu amigo que teve o fluxo, teria ele entendido se Deus tivesse explicado as doenças venéreas para ele em detalhes científicos? Não é provável. Da mesma forma, existem razões espirituais, emocionais, físicas e psicológicas para Deus ter limitado o intercurso sexual ao casamento. Alguns das razões estão além do nosso entendimento. Nós simplesmente devemos crer que Deus sabe o que é melhor para nós.


Quando vivemos dentro dos limites de Deus, nós vivemos pela fé num Deus amoroso. Pureza sexual é uma expressão de nossa confiança na bondade de Deus, uma indicação da nossa confiança em Jesus. “Vós sereis meus amigos” disse Jesus” “ se fizerdes o que eu vos mando” (João 15.14). “Fé é a certeza das coisas que se não vêem, e a convicção de fatos que se esperam” (Hebreus 11.1). Viver pela fé significa aplicar essa definição de fé a situação vivida. Nós exercitamos fé e obediência, não por causa do que sabemos, mas por causa da pessoa que nós amamos, o próprio Jesus. Mas podemos aprender através de pessoas que já fizeram suas escolhas. Eu perguntei à minha amiga Liz, uma psicoterapeuta, ‘Com qual freqüência você vê pacientes que gostariam de não ter explorado sua sexualidade tão antes do casamento?” “Ah, freqüentemente,” ela disse. Então eu perguntei, “E com que freqüência você vê pacientes que gostariam de ter ido além na intimidade sexual antes do casamento?” Seus olhos se abriram, e ela olhou pra mim surpresa e enfaticamente, “Nunca!” Essa é uma das grandes questões de fé na vida.


Se você decidir esperar, isso exigirá de você uma grande coragem e muita força. Se você decidir não esperar, você nunca saberá o que perdeu. Você não pode seguir pelos dois caminhos. Ninguém pode provar que a abstinência pré-matrimonial funciona. Eu acredito que as evidências médicas, psicológicas, e sociológicas apóiam a posição de que o sexo fora do casamento não é bom para nós. Mas em última instância, é uma questão de fé. Para homens e mulheres cristãos no final do século vinte, as escolhas que fazemos em relação ao nosso comportamento sexual podem ser uma das principais formas de Deus nos desafiar a crer. Nos atreveremos a ser diferentes? Nos atreveremos a confiar na veracidade da Palavra de Deus mesmo quando esta contradiz a maioria das mentiras ao nosso redor? Eu acredito que Deus está nos desafiando a ter esse tipo radical de fé


A Ciência é onipotente? (William L. Craig x Peter Atkins)



Sempre ele, William L. Craig dando aula para o ateu Dr. Peter Atkins ao ser desafiado a provar que a ciência não é onipotente

Créditos: Maximiliano Mendes
http://crentinho.wordpress.com/

sábado, 26 de julho de 2008

Eu li... O Evangelho Maltrapilho - Brennan Manning

O Evangelho Maltrapilho
Brennan Manning


Brennan Manning é um baita sucesso e O Evangelho Maltrapilho é seu principal livro. Ricardo Gondim e Ed René Kivitz colocam esse livro como bibliografia essencial para um bom cristão. Philip Yancey cita Manning como o escritor cristão mais profundo da atualidade. Finalmente, li o tão aclamado livro. É bom? Sim, é um bom livro sobre o amor de Deus, é um livro que pode trazer bons resultados para a Igreja que lê-lo mas, simplesmente não é tudo isso. O livro, pra mim, não justifica todo esse bafáfá. Na verdade, Yancey sim, para mim, é um escritor muito mais profundo e diria o mesmo das pregações de Gondim e Kivitz. Manning conta várias histórias edificantes e bacanas mas não pode se comparar a, por exemplo, O Jesus que eu nunca conheci de Yancey, esse sim profundissímo! Compreender a graça e o amor de Cristo é uma das coisas mais difíceis e chocantes da vida cristã. Gostaria de falar algumas coisas em relação a graça.

Quando falamos de vida cristã dois erros são comuns. O legalismo exacerbado ou, com o mesmo exagero, o liberalismo. as pessoas costumam se colocar entre um ou outro extremo. Ou não pode nada ou "libera geral'. É verdade que a lei não justifica ninguém, mas não é verdade que podemos ignorar qualquer mandamento em nome da graça. A graça salva aqueles que pecam sim, mas não salva aqueles que pecam e não estão nem ai para isso. Brennan parece puxar um pouco para esse lado - universalista - mas não deixa isso claro, sinto algumas tendências universalitas no início de seu livro mas ao longo da leitura senti o autor bem equilibrado e, o que é raro no meio desse povo da "graça" que adora tacar pedra na Igreja, ele não me pareceu uma pessoa perturbada e amargurada que está mais preocupado em destruir o trabalho dos outros do que exortar em amor. Voltando ao assunto da graça, não devemos ignorar o pecado por vivemos na graça, não devemos aceitar comportamentos pecaminosos como conduta moralmente correta e saudável (vide cristãos da "graça" que apoiam o homossexualismo). Usemos a graça para amar e abraçar aqueles que pecam, afinal, que atire a primeira pedra... Mas não podemos fazer uso da "graça" para abraçar de forma conivente aqueles que pecam e dizermos "É isso ai, continue assim, Deus te ama e criou assim e é assim que você deve ficar". Jesus não disse apenas vá, Ele continuou e disse: "... e não peques mais" (Jo 8). O perdão foi possível pois a mulher já tinha consciência do seu crime perante a Lei. A graça não salva aqueles que tentam se justificar na Lei, mas também não salva aqueles que se recusam a enxergar a realidade de Lei e reconhecer que a infringiram. A graça salva somente pecadores conscientes de seu pecado. Não salva qualquer um, como no início Brennan pareceu indicar.

Mas esse Evangelho da graça não pode ser compreendido sem ter Cristo como seu centro. Alguns pontos têm que ser compreendidos. (1) O Deus do Novo Testamento continua odiando e se irando contra o pecado. Afinal, Ele é justo e, portanto, Deus se ira e odeia sim, por mais fora de moda que seja falar isso. (2) A Lei continua ativa , nos culpando e nos condenando ao inferno
(por mais fora de moda...) (Rm 3.19, Rm 6.23). Nada dessas coisas mudaram do Antigo para o Novo Testamento, o que mudou foi a inclusão de uma peça fundamental para se compreender o Amor de Deus - Jesus, o Cristo. Ele, O Cristo, não aboliu a Lei, mas sim a cumpriu (Mt 5.17). Lembra do ódio e da ira de Deus, da culpa e da condenação? Pois é, Cristo saciou tudo isso. Todas as exigências da Justa Lei de Deus. Então todo o ódio e a ira de Deus contra o nosso pecado de ontem, hoje e amanhã; foi, é e será desviado para Cristo. E é essa a Boa-Nova. Aqueles que pecam podem ser salvos. E por isso, Deus não nos vê mais como pecadores, imperfeitos, injustos, impuros (apesar de ainda sermos até o fim de nossas vidas), agora Ele nos vê como santos em Cristo, perfeitos em Cristo, justos em Cristo, puros em Cristo. Ele vê a Cristo em nós. Todo o ódio de Deus que, justamente, merecemos é desviado para o calvário e isso nos permite acesso a outra face desse Deus justo, a face do Amor. Portanto, sem Cristo continuamos perdidos, mas n'Ele cumprimos todas as exigências de Deus e aquela condenação já não mais existe para quem está em Cristo (Rm 8.1). N'Ele e somente n'Ele.

Portanto, é claro como a água que sem Lei jamais compreendemos o amor de Deus. O perdão à mulher adúltera só foi possível porque ela já tinha consciência do seu crime perante a Lei do Justo Juiz, caso contrário, ela precisaria, antes, ser acusada. A realidade e impiedade da Lei jamais podem ser subenfatizadas na pregação. Spurgeon dizia que devemos pregar 90% Lei e 10% graça. Sem Lei não há a menor necessidade de Cristo. Afinal, se não há condenação, Cristo nos salvou do quê? Temos que alertar às pessoas da condenação da Lei. Diferente do que comumente é crido, o sistema de salvação cristã não é diferente do sistema de salvação de outras religiões que dizem que temos que ser bons para sermos salvos. Temos sim que ser bons para sermos salvos, a Lei mostra isso. A diferença é que o sistema de salvação cristã reconheceu que tal feito é simplesmente impossível e, por isso, Deus resolveu esse problema saciando sua própria justiça n'Ele mesmo. Sem Cristo, todo esse papo de amor de Deus é mentira e somos os mais perdidos dos homens pois, como dizem todas as religiões, temos que ser bons para sermos salvos. Mas a perfeição da Lei nos deixa impossibilitados disso (vide Mt 5.48). Com isso em mente, quando alguém sente culpa por achar que não pode satisfazer as exigências de Deus, tal culpa é real, boa e verdadeira, não é neurose, é sinal de saúde espiritual. Aliviar tal culpa dizendo simplesmente que Deus é amor e não exige nada dela é heresia, mentira e só serve para recalcar o sintoma de culpa. O que essa pessoa precisa é conhecer àquele que levou toda sua culpa e saciou todas as exigências - Cristo. N'Ele a culpa vai embora. O que Deus exige é, realmente, um fardo impossível de se carregar, é justiça. Mas Ele próprio descobriu um meio de solucionar esse dilema. Em Cristo sim, o fardo se torna leve!

Somente com a consciência viva da nossa injustiça, da nossa culpa perante Deus, e da nossa condenação é que podemos seguir ao segundo passo, conhecer o caminho de Cristo que saciou tudo aquilo que era exigido de nós. N'Ele sim, nós pecadores justamente condenados, somos santos justamente salvos. Cristo é nossa justiça. N'Ele, cujo fardo é leve, podemos embarcar na verdadeira jornada de crescimento moral e espiritual que durará até o fim de nossas vidas. Como disse C.S.Lewis, nós caimos num buraco e somente alguém fora do buraco pode nos salvar - só o Deus-Homem, Jesus Cristo. Para aqueles que acham que ser salvo pelos méritos de outrem é injusto cabe a tarefa de desenvolver um meio mais apropriado e, boa sorte na tentativa. Eu prefiro confiar em Cristo, já para aqueles que são fortes o suficiente poderão escolher pagar por si mesmos o preço do seu pecado, é isso mesmo. Pregando no Summit de 2006, Bill Hybels disse que quando chegarmos no céu será feita apenas uma pergunta para nós:

Quem pagará pelo seu pecado?

Aqueles que aceitaram a Cristo em vida poderão responder que não conseguiram, mas que Cristo pagou por eles. Já para aqueles que não aceitaram, se recusaram a se submeter ao senhorio de Cristo e resolveram pagar pelos próprios pecados, à estes foi destinado um lugar especial em que poderão pagar por todos os seus pecados, cada um deles, por si mesmo e sem Cristo. A minha escolha já foi feita.

N'Ele em quem toda justiça foi satisfeita
Vitor Grando

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Eu li... A Veracidade da Fé Cristã - William Lane Craig

A Veracidade da Fé Cristã
William Lane Craig







Certamente A Veracidade da Fé Cristã merecia uma resenha mais detalha do que eu poderei
fazer. William Lane Craig detêm doutorados em Teologia (Munique, sob Wolfhart Pannenberg) e Filosofia (Birminham, sob John Hick) e é indiscutívelmente o maior apologista cristão da atualidade e, quiça, dos últimos anos. Craig domina detalhadamente seus objetos de estudo que variam da teologia à cosmologia. Esse livro é essencial para o apologista e cobre as questões essenciais a apologia cristã: A Relação entre Fé e Razão, O Absurdo da Vida Sem Deus, Argumentos Para Existência de Deus, A Possibilidade do Conhecimento Histórico, A Confiabilidade História do Novo Testamento (escrito por Craig Blomberg) e a Divindade e a Ressurreição de Cristo, neste último assunto Craig é expert. Craig coloca a ressurreição de Cristo sobre fundamentos inabaláveis expondo argumentos bem fundamentados e irrefutáveis. Depois da leitura desse livro o cético, no mínimo, deverá considerar a possibilidade de não estar com a razão e o teólogo neo-liberal reconsiderará suas posições sobre a viabilidade da história para fundamentação da fé cristã. Indispensável, masterpiece de William Lane Craig.

terça-feira, 1 de julho de 2008

Eu li... A Metamorfose - Franz Kafka

A Metamorfose seguido de O Veredito
Franz Kafka

Essa é a obra mais conhecida do escritor tcheco Franz Kafka, um dos maiores escritores do século XX. Numa manhã, "ao despertar de sonhos intranquilos", Gregor Samsa acorda e se vê no corpo de um imenso inseto. E na pele deste, Kafka transmite toda a angústia e depressão do personagem principal. Sua relação com a familia (Kafka se recusa a dizer sua familia, sua irmã, ele é impessoal e frio se referindo apenas como a familia, a irmã) exemplifica muitos conflitos familiares pelos quais passamos, sua relação com o pai é fria, este não consegue expressar uma gota de misericórida pela lastimável situação do filho. A capacidade com que Kafka expressa a triste situação de Gregor é singular. É palpável o ar seco ao torno de Gregor, sentimos o peso que estava sobre ele e ficamos com uma péssima sensação interior, a angústia nos contamina e é impossível não ansiar pelo final da história onde tudo vai se reverter, ou melhor, isso é o que esperamos mas, a triste realidade final não é a qual ansiavamos.


 
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