domingo, 14 de junho de 2009

Vidas de Ambrósio e Agostinho: Parte I

S. Ambrósio de Milão


Esse é um pequeno resumo das vidas de S. Ambrósio e S. Agostinho, líderes cristãos do século IV, que eu preparei para a disciplina de História da Teologia na faculdade. Essa primeira parte trata da vida de Ambrósio, a segunda tratará de S. Agostinho.

Ambrósio e Agostinho são duas das mais importantes figuras da história da Igreja Cristã, cujas vidas estão intrinsecamente ligadas, de modo que não é possível tratar adequadamente da vida de Ambrósio sem se referir a Agostinho e, principalmente, não podemos falar de Agostinho sem se referir ao seu discipulador, Ambrósio. Boa parte daquilo que sabemos sobre a vida de Ambrósio vem da obra Vida de Ambrósio de Paulino, escrita a pedido do próprio Agostinho. E se não fosse por S. Ambrósio, talvez Agostinho jamais tivesse se tornado o Santo Agostinho.

Ambrósio

A formação e eleição de Ambrósio ao episcopado de Milão


Ambrósio, desde cedo, era destinado à vida política, tendo sido eleito governador de Milão no ano de 371. Ambrósio, até então, não era um cristão comprometido, tendo sido eleito Bispo de Milão contra sua vontade. A Igreja de Milão, do Bispo Auxêncio, vivia em tensão devido à controvérsia Arianos vs. Nicenos. - resumidamente, os arianos defendiam que Cristo não partilhava da mesma substância do Deus Pai e, portanto, seria um deus criado e inferior, o Concílio de Nicéia (daí o nome nicenos) condenou Ário como herege .A Igreja se dividia entre esses dois grupos. Após a morte de Auxêncio, os Nicenos se sentiram impelidos a eleger um bispo que representasse o credo niceno – Ambrósio nem cogitava se candidatar. Devido ao conflito, o próprio governador decide estar presente durante a eleição para evitar qualquer tumulto. Num certo momento após Ambrósio, com sua oratória, apaziguar o conflito, uma criança se levantou e disse 'Ambrósio, bispo!'. Prontamente todos resolveram votar em Ambrósio, inclusive os Arianos. A voz das crianças, naquela época, era vista como a voz da inocência, quando uma criança falava era como se Deus falasse. Ambrósio se retirou da Igreja, porém, os fiéis não mudaram de idéia, eles fariam o impossível para empossar Ambrósio. Como governador ele fez uso do seu direito de torturar os acusados, Paulino nos relata que:

'Ambrósio deixou a Igreja e mandou preparar seu tribunal... Contrariamente ao seu costume, ordenou que submetessem as pessoas á tortura. Porém, mesmo diante deste fato o povo não deixava de aclamá-lo (...) dizendo: que teu pecado caia sobre nós. Mas este grito nada tinha de semelhante ao povo judeu. O clamor judeu derramou o sangue do Senhor. As pessoas de Milão, sabendo que Ambrósio era catecúmeno, prometiam-lhe com intenção sincera a remissão de todos os seus pecados pela graça do batismo “


Depois disso, Ambrósio permite que mulheres de má fama entrem em sua residência, mas a multidão insistia:” Que teu pecado caia sobre nós”.

Depois de muito hesitar, finalmente Ambrósio se rende aos fiéis e se torna Bispo de Milão. Apesar de toda sua hesitação, Ambrósio foi um bispo exemplar, sua primeira atitude como bispo foi vender todo o ouro e dinheiro que possuía e dar aos pobres e à Igreja. Ela acreditava que a cobiça e a inveja eram a fonte de todos os males da humanidade, e isso explica sua atitude.

A principal característica de seu episcopado, fruto de seu histórico como advogado e governador de Milão, foi seu envolvimento político. Graciano foi o imperador responsável pelo declínio do paganismo entre os anos de 354 e 382, após sua morte, os pagãos ensaiaram um retorno. Símaco, prefeito de Roma, dirigiu ao imperador uma solicitação pedindo que a estátua da Vitória fosse reintroduzida no Senado romano. Ambrósio imediatamente intervém escrevendo ao imperador: 'Se tu reintroduzes esta estátua no Senado, eu não te aceito na Igreja' e 'Tu poderás ir à Igreja, mas não encontrarás aí nenhum sacerdote, ou se encontras um, ele te resistirá!". A estátua não foi reintroduzida. Era a derrota dos pagãos.


A imperatriz Justina, mãe do imperador Valentino, não se agradava da influência política de Ambrósio e, por ser ariana, tentou eliminar Ambrósio solicitando ao imperador que tirasse de Ambrósio a basílica de Milão, para que um bispo ariano pudesse celebrar o culto em Milão Ao cercarem a basílica, os soldados de Valentino se recusaram a tomar a basílica, pois temiam tanto a excomunhão de Ambrósio que não queriam executar as ordens do imperador. Pela primeira vez na história da Igreja Cristã vemos um bispo com mais influência do que o imperador. Pela primeira vez na história um bispo ousou afirmar: "O que pertence a Deus não está sujeito ao poder imperial. Ao imperador, os palácios; ao bispo, as igrejas." S. Ambrósio relata esse feito memorável a sua irmã Marcela:


"Quase todas as vossas cartas testemunham uma solicitude especial para com a Igreja... (Eis o que se passou aqui)... Os chefes do exército e os membros vieram me encontrar para que eu entregasse a basílica e a passasse, pessoalmente, com medo de um movimento popular. Eu respondi o que é próprio do sacerdócio: o templo de Deus não pode ser entregue pelo sacerdote de Deus... Tribunos se apresentaram para que a basílica fosse cedida. Eles diziam que o imperador está em seu direito, pois tudo emana do seu poder. Respondi: Se ele me pedisse o que é meu, terra ou dinheiro, eu não colocaria obstáculo - muito embora tudo o que é meu pertença aos pobres. Mas as coisas que são de Deus não estão sujeitas ao poder imperial. Se o imperador exige meu patrimônio, ei-lo... Ordenam-me: "Entrega a basílica!”- Eu respondo: "A mim, não é permitido entregá-la. A vós, senhores, não vos é permitido recebê-la." Retrucam: ' Tudo é permitido ao imperador, pois tudo lhe pertence'. Respondo: 'Não creiais, senhores, ter a título de imperador qualquer direito sobre as coisas de Deus'. Está escrito: 'A Deus o que é de Deus, a César o que é de César. Ao imperador os palácios, ao bispo as igrejas''


Mas Justina não admitiu a derrota, no ano seguinte ela indicou um certo Mercurino para o lugar de Ambrósio, e que ela consagrou bispo com o nome de Auxêncio, em homenagem ao falecido bispo ariano. Em 23 de Janeiro Valentiniano promulgou uma lei que concedida aos arianos o direito de reunião, e ordenou ao bispo que entregasse as igrejas aos arianos. Ambrósio sequer responde a tal ordem e, quando convocado para comparecer perante o tribunal, responde apresentando o motivo pelo qual não se apresentará: "Em matéria de fé, os bispos são juízes dos imperadores cristãos, e não os imperadores dos bispos... O imperador não está acima das igrejas, ele está na Igreja". A corte resolve empregar a força, o que será inútil, os soldados investiram contra a basílica Porciana, onde Ambrósio estava com uma multidão de fiéis. Os fiéis entoaram hinos e se recusaram a ceder. Paulino e Santo Agostinho são testemunhas deste fato. Agostinho escreve: "Eis minha mãe que vai à Basílica para ocupá-la. Ela fará tudo o que Ambrósio lhe disser para fazer." Definitivamente, era Ambrósio quem governava e não o imperador.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Sorteio do Livro "A Veracidade da Fé Cristã"


Este mês realizaremos o sorteio do livro “A Veracidade da Fé Cristã”, publicado pela Editora Vida Nova. O livro foi escrito pelo Dr. William Lane Craig, que pode ser considerado um dos maiores apologistas da atualidade. Isso porque não há outro que tenha enfrentado tantos proeminentes eruditos céticos em debates públicos como ele. O Dr. Craig já defendeu a fé cristã em debates publicos com céticos ilustres como Bart Ehrman, John Dominic Crossan, Anthony Flew, Gerd Ludemann, Richard Carrier, Paul Kurtz, entre outros. Pode-se ler a transcrição de vários desses debates em seu website (www.reasonablefaith.org).


Recentemente, o Dr. Craig enfrentou o ateu Christopher Hitchens em um debate sobre a existência de Deus. Hitchens é conhecido no Brasil como colunista da Revista Época e autor do livro “Deus não é grande – Como a religião envenena tudo”. Um blogueiro ateu escreveu sobre o debate: “Francamente, Craig espancou Hitchens como uma criança insensata.” Perceba com atenção que essas foram as palavras de um ateu – não as de um evangélico.


Se você deseja conhecer melhor este grande apologista, há diversos artigos de sua autoria publicados no blog Apologia.


Para participar do sorteio, basta clicar aqui e preencher o formulário. O evento está previsto para o dia 30 de Junho de 2009.

 
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